Assistam a reações de chineses que viram “Ainda Estou Aqui” no cinema
Longa, vencedor do Oscar de melhor filme internacional, teve sua estreia na China em 12 de maio, arrecadando 1,7 milhão de yuans.

O filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar 2025 na categoria de melhor filme internacional, dirigido por Walter Salles e com Fernanda Torres no papel principal, exibe-se nos cinemas da China há 11 dias.
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De acordo com o Maoyan, portal chinês de bilheterias, o filme brasileiro já obteve arrecadação de 1,7 milhão de yuans na China e ocupa a 21ª posição entre os filmes mais populares desde seu lançamento, conforme a última atualização realizada na segunda-feira (19 de maio).
O Poder360 dialogou com espectadores chineses que visualizaram o filme em cinemas de Pequim. A avaliação geral é favorável. A temática do filme foi apreciada, porém houve críticas em relação ao ritmo da produção. No Douban, plataforma chinesa de avaliação de filmes, a nota de “Ainda Estou Aqui” é 7,8/10, o que o posiciona acima de 80% dos demais títulos do gênero Drama.
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Consulte o que alguns chineses que assistiram ao filme.
O filme me impactou significativamente, não somente pela paleta de cores, o elenco e a cinematografia notáveis, mas também pela atmosfera. A partir do instante em que Rubens sumiu, todo o clima do filme se transformou. A sensação de pressão era tão intensa e avassaladora que eu desejei me afastar por um momento. A direção foi perfeita, segundo ele.
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“Acredito que Eunice representava o espírito do povo brasileiro naquela época. Ninguém defenderia uma ditadura”, declarou.
Achei satisfatório. É lamentável que não tenham sido filmados os 25 anos seguintes, a história principal. Sei que essa parte não está incluída porque é baseada nas memórias do filho, mas não parece tão completa. O avanço posterior foi muito rápido. A atuação de Fernanda é muito envolvente.
“Eu e minha amiga consideramos o filme normal. Apreciamos o tema e a narrativa feminista, porém o ritmo e o conteúdo poderiam ser aprimorados em alguns dos enredos do filme.”
Exibição na China
A China permite a exibição de 34 filmes estrangeiros anualmente, o que caracteriza o processo de liberação como bastante rigoroso. A liberação para exibir o longa-metragem brasileiro foi possibilitada por meio de esforços colaborativos da ApexBrasil e da Embaixada do Brasil em Pequim.
Para que um filme de fora seja exibido na China, é preciso a autorização do CFA (Associação de Filmes da China). O processo de aprovação envolve o envio da versão final do filme. Elementos que apresentem representações ou mensagens políticas negativas para a China, cenas de terror ou de sexo, podem ser removidos.
É preciso estabelecer um acordo com uma distribuidora chinesa. Em geral, os cinemas chineses não exibem filmes estrangeiros nos meses de julho e agosto, bem como durante o feriado que comemora a fundação da República Popular da China (de 1º a 8 de outubro).
A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) — que atualmente preside o banco dos Brics com sede em Xangai — acompanharam a estreia do filme em Pequim durante a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China.
O filme apresenta Fernanda Torres como Eunice Paiva (1929-2018), esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva (1929-1971), que faleceu vítima de sequestro durante o período da ditadura militar brasileira (1964-1985). A produção é inspirada no livro de mesmo título do escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do casal.
Fonte: Poder 360