Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) afirma que alta taxa de câmbio representa dificuldades para o setor
Os associados, conforme dados da associação do setor, estão lidando com o cancelamento de pedidos de clientes dos Estados Unidos devido ao aumento tarif…

A medida anunciada pelo governo dos EUA, em 30 de julho, que estabeleceu uma alíquota de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 7 de agosto, está gerando “impactos significativos” para as indústrias químicas do país, incluindo aquelas que produzem insumos e matérias-primas para setores exportadores brasileiros, como móveis, têxteis, couro e borracha.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Associação Brasileira da Indústria Química relata que alguns de seus membros iniciaram o registro de cancelamentos de pedidos por parte de clientes nos Estados Unidos. O decreto, divulgado na quarta-feira (30.jul), estabeleceu aproximadamente 700 exceções à tarifa e não contemplou a maioria dos produtos exportados pela indústria química brasileira.
Os Estados Unidos apresentam superávit setorial em relação à indústria química brasileira, com um saldo anual estimado em cerca de 8 bilhões de dólares, conforme apontado pela Abiquim.
LEIA TAMBÉM:
● Museu Tailandês remove obras de minorias devido à pressão da China
● Trump questiona números oficiais sobre o mercado de trabalho
● Motta afirma que a anistia desvia a atenção de outras questões prioritárias do Brasil
Em 2024, a alíquota efetiva aplicada pelo Brasil aos produtos químicos de uso industrial dos EUA foi de 7,7%, considerando a média ponderada pelo valor importado. As exportações brasileiras de produtos químicos para os EUA somaram US$ 2,4 bilhões em 2024, disse a associação em nota. Eis a íntegra do documento (PDF – 394 kB).
A maior parte (82%) dos produtos químicos exportados para os EUA em 2024 estava concentrada em 50 códigos NCM. Dentre esses itens, destacavam-se petroquímicos básicos, intermediários orgânicos e resinas termoplásticas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De 50 itens prioritários, apenas 5 não estariam sujeitos à nova tarifa adicional, correspondendo a US$ 697 milhões em exportações do Brasil para os Estados Unidos em 2024. Os demais itens – equivalentes a US$ 1,7 bilhão – passariam a ser tributados com uma alíquota adicional de 40%, gerando uma carga total de 50%.
A Abiquim necessita identificar maneiras de reduzir os efeitos da taxação sobre o setor, por meio de um diálogo construtivo e cooperação mútua.
A organização manifesta seu apoio à atuação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e de outras autoridades brasileiras na busca por uma solução rápida e eficaz, por meio dos canais diplomáticos e comerciais com os Estados Unidos.
A nota comunicou que, em parceria com o American Chemistry Council, foi elaborada uma declaração entregue a órgãos brasileiros e norte-americanos, solicitando medidas concretas para evitar prejuízos à integração produtiva e à resiliência das cadeias de suprimentos químicas entre os dois países.
Defendeu, ainda, a implementação de ações emergenciais, incluindo a aplicação do direito provisório de defesa antidumping e o fortalecimento dos recursos humanos e tecnológicos para uma resposta rápida a desvios comerciais. Também propôs a restituição imediata dos saldos credores de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a criação de novas linhas de financiamento para exportações e a expansão do Reintegra, programa que incentiva a exportação de produtos manufaturados.
Com informações da Agência Brasil.
Fonte por: Poder 360