A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo lançou uma campanha de boicote ao iFood, incentivando a mudança de estabelecimentos para plataformas concorrentes como Rappi e 99Food. A entidade, que atua com aproximadamente 500 mil empresas na região paulista, afirma que o aplicativo impõe tarifas “excessivas” e não define parâmetros de segurança adequados para o cadastro dos restaurantes. O movimento se originou após outras plataformas anunciarem a dispensa de taxas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Rappi anunciou na segunda-feira (5.mai.2025) que oferecerá isenção de tarifas para parceiros pelos próximos três anos. A 99Food, que retornou ao mercado em abril, também anunciou isenção, válida para cadastrados por dois anos. Os restaurantes se viam obrigados a aumentar o valor no cardápio para cobrir as taxas, que variam de 18% a 32%, conforme nota da Fhoresp recebida pelo Poder360.
Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, declarou que a decisão se deu após tentativas de negociação malsucedidas com o iFood. “Tentamos, ao longo dos últimos anos, negociar de todas as formas com o iFood. No entanto, ela é inflexível. As taxas excessivas que pratica, inclusive, fazem com que, praticamente, os restaurantes trabalhem para ela. O monopólio não fez bem ao iFood, que estabeleceu uma relação predatória e de dominância com os parceiros”, afirmou Pinto.
LEIA TAMBÉM!
A federação relata que o aplicativo detém cerca de 90% do mercado de entrega de refeições. O iFood contesta essa informação, indicando que cerca de 65% dos pedidos são realizados por meios como WhatsApp, telefone ou aplicativos próprios dos restaurantes.
A questão da segurança alimentar também foi levantada pela entidade. “Para se ter uma ideia, a Fhoresp pediu ao iFood a obrigatoriedade de alvará de funcionamento do estabelecimento ou o expedido pela Vigilância Sanitária como condição para atuar na plataforma. Contudo, foi negado. Isso é um risco à saúde pública, porque não se tem garantia de onde o consumidor está comprando a alimentação, a procedência dos produtos, bem como o armazenamento e a manipulação”, explicou Pinto.
O diretor-executivo considera o momento atual como uma oportunidade para o setor. “Sem o domínio exclusivo, temos, atualmente, um cenário que permite ao empresário da Refeição Fora do Lar migrar para plataformas que proporcionem um lucro que sustente o próprio negócio, não ficando sujeito a uma única plataforma e que tem impactado todo o setor.”
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em resposta, o iFood divulgou uma nota afirmando que defende o “livre mercado e livre concorrência”. Seguidos focados em reforçar nosso compromisso de longo prazo com o crescimento sustentável de todo o ecossistema, oferecendo a melhor experiência para restaurantes, entregadores e consumidores, sempre inovando e investindo no país. Estamos comprometidos em potencializar o sucesso dos parceiros, otimizando e impulsionando cada estabelecimento cadastrado em nossa plataforma e garantindo um atendimento de qualidade.
A plataforma também informou que mais de 400 mil estabelecimentos parceiros têm acesso à experiência de pagamento online; prevenção de fraudes e estorno; informações estratégicas para os restaurantes, como os horários e bairros mais rentáveis; possibilidade de disponibilizar diversas formas de pagamento; informações sobre os diferentes comportamentos de consumo de seus clientes e, sobretudo, marketing, auxiliando os pequenos empreendedores a expandirem sua marca, levando visibilidade além de seus bairros, com redes sociais, canais de TV, outdoors e rádio, expandindo o alcance até 10 km do ponto. Além disso, reforçou que a afirmação de que detém mais de 90% do mercado não é verdadeira.
Em paralelo à campanha de boicote aos estabelecimentos, o iFood está sob pressão dos entregadores, que promoveram uma greve em março. Os trabalhadores reivindicam um aumento na taxa mínima por entrega, de R$ 6,50 para R$ 10,00, e um incremento no valor pago por quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50.
Leia integralmente a nota do iFood:
O iFood defende o livre mercado e a livre concorrência. Continuamos focados em fortalecer nosso compromisso de longo prazo com o crescimento sustentável de todo o ecossistema, oferecendo a melhor experiência para restaurantes, entregadores e consumidores, sempre inovando e investindo no país. Estamos comprometidos em potencializar o sucesso dos parceiros, otimizando e impulsionando cada estabelecimento cadastrado em nossa plataforma e garantindo um atendimento de qualidade.
O iFood ressalta que a alegação de liderança com mais de 90% do mercado é imprecisa. Somos uma empresa brasileira que se ajustou nos últimos 15 anos à concorrência regional e global. O setor de delivery é altamente competitivo e fragmentado. Aproximadamente 65% dos pedidos de entrega no Brasil ainda são realizados pelo WhatsApp, telefone e aplicativos próprios dos restaurantes.
Ao vender por meio do iFood, os mais de 400 mil estabelecimentos parceiros têm acesso a experiência de pagamento online, prevenção de fraudes e estornos, informações estratégicas sobre horários e bairros mais rentáveis, possibilidade de disponibilizar diversas formas de pagamento, informações sobre os diferentes comportamentos de consumo de seus clientes e, principalmente, marketing, auxiliando os pequenos empreendedores a expandirem sua marca, gerando visibilidade além de seus bairros, através de redes sociais, canais de TV, outdoors e rádio, ampliando o alcance até 10 km do ponto de atendimento.
Atualmente, o iFood é uma referência de tecnologia na América Latina e apoia o mercado competitivo em prol do amadurecimento do delivery no país. Reconhecemos o impacto positivo que podemos gerar e sabemos da nossa responsabilidade de colaborar para o desenvolvimento de todos os agentes do setor: entregadores, lojistas parceiros e consumidores. O ecossistema do iFood gera mais de 900 mil postos de trabalho diretos e indiretos em todo o Brasil. Reforçamos o nosso compromisso com a produtividade dos restaurantes, o alcance ao cliente final e o desenvolvimento do mercado de delivery no Brasil.
A Fhoresp está utilizando uma informação incorreta, acusando o iFood de ter 90% do delivery.
Fonte: Poder 360