Atividade física como caminhar pode diminuir o risco de desenvolver dor lombar crônica, aponta pesquisa

A prática de caminhar por 100 minutos diariamente mostrou-se relacionada a uma diminuição de 23% no risco de desenvolver dor lombar crônica, de acordo com estudos.

15/06/2025 17h43

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(Imagem de reprodução da internet).

Realizar caminhadas diárias é benéfico para a saúde, além de poder auxiliar na prevenção de futuras incapacidades, de acordo com uma nova pesquisa.

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A prática de caminhar por 100 minutos diariamente mostrou-se relacionada à diminuição de 23% no risco de desenvolver dor lombar crônica, conforme divulgado em um estudo publicado na sexta-feira (13) na revista JAMA Network Open.

“Esta é uma descoberta relevante, pois a caminhada é uma atividade simples, de baixo custo e acessível, que pode ser amplamente incentivada para diminuir a pressão da dor nas costas”, afirma a autora principal do estudo, Rayane Haddadj, doutoranda no departamento de saúde pública e enfermagem da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, em um e-mail.

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Estima-se que 600 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentem dor lombar, que é a principal causa de incapacidade, segundo a fisioterapeuta Natasha Pocovi, pesquisadora pós-doutorado em ciências da saúde na Universidade Macquarie, em Sydney.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2050, a quantidade de indivíduos com dor lombar crônica atinja a marca de 843 milhões.

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Ainda assim, a prevenção da dor lombar é frequentemente negligenciada em pesquisas e na prática clínica, acrescenta Pocovi.

O estudo recente indica que a prática de atividades físicas pode ser utilizada como método de prevenção. Pocovi complementa que a pesquisa também “demonstra que não é necessário tornar nossas rotinas de exercícios excessivamente complexas para nos proteger da dor lombar crônica”.

Avançar com mais etapas, reduzindo o sofrimento.

A equipe investigou a relação entre a prática de caminhada e a prevenção de dores nas costas, examinando dados de mais de 11 mil indivíduos com 20 anos ou mais do Estudo de Saúde de Trøndelag, ou HUNT, na Noruega.

De 2017 a 2019, pesquisadores do HUNT solicitaram que os participantes utilizassem acelerômetros por sete dias para registrar seus hábitos de caminhada. Posteriormente, entre 2021 e 2023, os pesquisadores entraram em contato para verificar se os participantes apresentavam dor nas costas.

Os indivíduos foram categorizados em quatro grupos com base no tempo de caminhada diária, que variou de menos de 78 minutos, entre 78 e 100 minutos, entre 101 e 124 minutos e acima de 125 minutos.

O estudo demonstrou que, com o aumento do tempo de caminhada diária, a probabilidade de dor lombar crônica diminuía — e dados iniciais indicaram que caminhadas em velocidade moderada ou intensa proporcionavam maior proteção em relação a um ritmo lento, conforme apontou Pocovi.

Existem razões para confiar nos resultados do estudo, como o elevado número de participantes e a utilização de acelerômetros em vez de relatos subjetivos do nível de atividade física.

Contudo, os dados de caminhada foram obtidos apenas por uma semana, o que pode não representar o padrão de atividade das pessoas ao longo de um mês ou de um ano, conforme apontado por Pocovi.

O estudo também é observacional, o que indica uma correlação, porém não se pode determinar com precisão se a prática de caminhar foi responsável pela diminuição no risco de dor lombar.

Comece aos poucos, aumentando gradualmente a duração e a frequência das suas caminhadas.

A dor lombar, além de ser uma das principais causas de incapacidade, também acarreta altos custos, com indivíduos em média gastando mais de 30 mil dólares em despesas relacionadas à dor nas costas nos cinco anos subsequentes ao diagnóstico, conforme um estudo de abril de 2024.

Alterações simples e de baixo custo que evitam a dor lombar crônica podem causar uma grande diferença, afirmou Haddadj.

O estudo não pôde determinar se caminhar 100 minutos contínuos apresenta um impacto maior, menor ou igual em comparação com a acumulação desse tempo em caminhadas menores distribuídas ao longo do dia, segundo Pocovi.

Contudo, na maioria dos cenários, qualquer exercício de caminhada é preferível à inatividade.

Comece com caminhadas curtas, planejando passeios específicos ou encontrando pequenas maneiras de incluir uma caminhada rápida na sua rotina diária.

Ela prefere, por exemplo, subir escadas em vez de utilizar o elevador ou caminhar até uma cafeteria um pouco mais distante de casa, relata Pocovi.

A principal ideia é aumentar progressivamente a atividade de caminhada de maneira consistente e agradável, segundo comunicado por e-mail. Adicionalmente, pode ser interessante contar com um companheiro, parceiro ou colega para auxiliar na manutenção da motivação e da rotina.

Dana Santas, colaboradora da CNN especializada em fitness, especialista certificada em força e condicionamento físico e treinadora mente-corpo no esporte profissional, também sugeriu o uso da caminhada como forma de passar tempo com os amigos, além de jantares ou encontros para bebidas.

Ainda que se deseje ir além dos passos básicos e incorporar mais atividade física na rotina, é possível começar gradualmente e aumentar progressivamente, sugere Santos. Alguns exercícios podem ser realizados no sofá, durante a visualização de um episódio da sua série preferida.

Caminhar na natureza pode auxiliar na diminuição dos sintomas de estresse.

Fonte por: CNN Brasil

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