Ativista do movimento trans é assassinada no Rio de Janeiro
Danny, que era seu nome, tinha 38 anos e foi encontrada morta após retornar para casa acompanhada de um homem cuja identidade ainda não foi confirmada.

A ativista trans Dannelly Rocha foi assassinada na madrugada desta sexta-feira (2), na Lapa, no Rio de Janeiro. Ela trabalhava como cozinheira na CasaNem, um centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, na capital fluminense.
Danny, que era seu nome, tinha 38 anos e foi encontrada morta após retornar para casa acompanhada de um homem não identificado.
A deputada estadual Danieli Balbi (PCdoB) confirmou sua morte com base em imagens divulgadas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Ela entrou em casa acompanhada de um homem que, horas depois, saiu sozinho. Depois disso, Danny foi encontrada morta. É inaceitável. É revoltante. E é urgente. Queremos saber quem é. Queremos investigação séria. Queremos justiça. A cada mulher trans ou travesti assassinada, é o Estado que falha. É a sociedade que se cala. E nós que gritamos: isso não pode continuar!
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A deputada afirmou que continuará acompanhando o caso de perto, além de se colocar à disposição de familiares e amigos. “Danny Rocha presente! Que Danny descanse em paz. Que o nosso luto se transforme em justiça”, acrescentou.
A vereadora de Niterói, Benny Briolly (PSOL), primeira travesti eleita e reeleita no estado, também se manifestou, exigindo uma apuração rigorosa do caso.
“Desejamos saber a identidade desse homem. Exigimos uma investigação séria, comprometida, buscando justiça. “Gritamos por Danny, por todas que vieram antes, e pelas que lutam hoje para sobreviver. Isso não pode continuar. Danny Rocha presente, agora e sempre.”
A Agência Brasil, amiga de Danny, Manoela Menandro, relatou ter chegado em casa e já se deparado com viaturas da polícia. Ela, que era amiga próxima, contou que um vizinho repetiu a versão de que a ativista chegou com um rapaz, desconhecido, que teria saído pouco depois.
A movimentação foi registrada por câmera de segurança de uma borracharia.
Segundo as imagens das câmeras de segurança, ocorreu um forte estrondo na porta, vindo de dentro para fora. Os testemunhas relataram ter ouvido como se algo estivesse caindo ou sendo empurrado contra a porta. Em seguida, as câmeras registraram o rapaz abrindo a porta lentamente, observando os lados da rua e, após pegar um objeto, guardá-lo no bolso traseiro da bermuda, saindo de forma desconfiada e irritada. Manoela afirmou que o objeto guardado pelo suspeito seria o celular de Danny.
Manoela e Danny eram amigas há cerca de dez anos, com uma relação intensa, caracterizada pela amiga como de mãe e filha.
Ela sempre foi como uma mãe para mim, sabe. Ana Luísa, nossa terceira amiga, preparava a marmita para nós duas, que aquecíamos no microondas no dia seguinte.
Ela cuidava dos meus animais, comigo em casa, pois ali temos tanto cachorro quanto gato. E ela me ajudava, limpava a casa, cozinhava e auxiliava em tudo, continuou Manoela.
Manoela acrescentou que a amiga era uma pessoa animada, que transmitia alegria e encantava as pessoas. “Ela era uma pessoa muito divertida. Era uma pessoa que aceitava convites a qualquer momento, gostava de se divertir e apreciava a cerveja dela. Não tinha mágoas com ela”, declarou Manoela.
O corpo de Danny está no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro. A informação é que são necessários três dias úteis para o reconhecimento e liberação do corpo.
Fonte: CNN Brasil