O presidente do Corinthians, Augusto Melo, foi indiciado nesta quinta-feira (22) pela Polícia Civil. Ele e ex-dirigentes do clube respondem por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. A investigação apura repasses suspeitos no contrato de patrocínio com a empresa VaideBet.
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A acusação se verifica em antecipação ao voto de destituição de Melo. O Conselho Deliberativo do clube se reunirá no dia 26 de maio para decidir sobre a permanência do presidente. O processo já havia sido admitido em janeiro, após votação restrita no próprio Parque São Jorge.
Analise o caso.
Em 7 de janeiro de 2024, o Corinthians confirmou o maior contrato de patrocínio master do futebol brasileiro com a VaideBet, válido por três anos. Inicialmente bem recebido, o acordo gerou preocupações e dificuldades aos torcedores do clube.
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Em meio a várias controvérsias, em 7 de junho, após cinco meses, o patrocinador resolveu rescindir o contrato com o clube do Parque São Jorge devido à suspeita de um laranja no contrato firmado entre as partes.
Laranja?
A controvérsia surgiu após a publicação da coluna do colunista Juca Kfouri, no portal Uol. A reportagem indica que a empresa Rede Social Media Design LTDA, que intermediou o acordo entre a VaideBet e o Corinthians, repassou uma parcela do valor da comissão (pago pelo clube) para outra organização.
A outra organização seria a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA, empresa que possui como sócia Edna Oliveira dos Santos, mulher que reside em Peruíbe, no litoral de São Paulo, e que, em entrevista ao Uol, declarou não ter conhecimento do caso.
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Antes da rescisão, a VaideBet já havia enviado uma notificação extrajudicial sobre o suposto caso de “laranja” no acordo do clube com a organização. No documento, a empresa afirma que as acusações violavam uma cláusula anticorrupção presente no contrato.
De acordo com o relatório do delegado Tiago Fernando Correia, encarregado do inquérito, o intermediário Alex Cassundé recebeu os valores e iniciou os repasses no mesmo dia em que esteve no clube.
No mínimo, R$ 870 mil foram destinados à conta da UJ Football Talent Intermediação mencionada por Vinícius Gritzbach, falecido em novembro de 2024 no Aeroporto de Guarulhos, em decorrência de delações feitas com promotores da Justiça sobre contas de fachada da organização criminosa.
Segundo o delegado, conforme divulgado pela CNN, Alex Cassundé, envolvido no caso VaideBet, esteve no Parque São Jorge, local da sede do Corinthians, no dia em que iniciou a transferência de valores da comissão recebida para a empresa de fachada.
Outro lado
Na defesa apresentada à CNN, Alex Cassundá afirmou categoricamente que teve sim contato com a VaideBet, e que sempre manteve a melhor e mais cristalina conduta. Segundo a defesa, documentos mostram o caminho que ele utilizou para chegar até a VaideBet. “Documentos sobre isso foram oportunamente juntados ao processo e são corroborados com as oitivas”, diz a defesa, que completa que Cassundá manteve contato constante com assessores do clube.
A defesa alega que o Cassundá não possui informações sobre outros intermediários, visto que a empresa dele foi selecionada, com base em critérios internos do clube, tendo já participado de outras campanhas.
Os repasses estão sob investigação no inquérito e não podemos fornecer mais detalhes além do que já é de conhecimento, conclui a nota.
Fonte: CNN Brasil