Aumenta o número de pessoas que morreram no trânsito do RS estando sob efeito de álcool
20/12/2023 às 12h10
Uma análise transversal baseada no cruzamento de dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre acidentes de trânsito revelou um aumento no índice de motoristas alcoolizados entre os falecidos nas vias do Rio Grande do Sul. O estudo utiliza informações dos testes de alcoolemia realizados pelo Instituto-Geral de Perícia (IGP).
Conforme os dados, o álcool estava presente no sangue de 44% dos condutores que perderam a vida em acidentes de trânsito em 2022. Esse índice representa um aumento de cinco pontos percentuais em relação a 2021, quando o álcool foi detectado em 39% dos motoristas falecidos. Os percentuais anteriores mantiveram-se relativamente estáveis em 2018 (37,6%), 2019 (37,2%) e 2020 (39,7%).
Para criar um perfil, o DetranRS analisou os motoristas falecidos em acidentes de carros e motociclistas. Entre 2018 e 2022, foram registradas 8.083 mortes no trânsito do Rio Grande do Sul, sendo 4.598 de motoristas de carro ou motociclistas. Do total de condutores falecidos, 3.267 casos (71%) tiveram resultados conclusivos nos exames de alcoolemia.
Em 2022, 295 pessoas que estavam dirigindo veículos apresentaram resultados positivos nos exames de alcoolemia realizados pela perícia. Isso indica que 44% dos condutores e motociclistas tinham uma concentração de álcool na corrente sanguínea superior a zero decigrama por litro (dg/L) no momento do acidente.
O percentual de falecidos com presença de álcool no sangue foi maior entre os motoristas de veículos de quatro rodas, atingindo 49% de um total de 374 vítimas. Entre os 291 motociclistas falecidos e testados, o percentual de alcoolemia foi de 38%. Apesar de menor em comparação com os motoristas, o índice de alcoolemia entre motociclistas aumentou 7,8% em relação aos anos anteriores, quando estava em torno de 30%.
Leia também:
Procon Goiás Alerta Consumidores: Evite Fraudes na Compra de Azeite de Oliva
A data limite para pedir uma seção acessível para as eleições de 2024 é em julho
O TRE-RJ planeja registrar a biometria de 4,3 milhões de eleitores em 100 dias
No ano de 2022, observou-se um aumento contínuo na proporção de homens alcoolizados, alcançando o maior índice da série histórica, atingindo 45%. Entre as mulheres, o índice permaneceu próximo à média histórica, atingindo 32%.
No mesmo ano, os acidentes de trânsito do tipo tombamento registraram um aumento de 20 pontos percentuais no índice de alcoolemia em comparação a 2021. Até então, o índice girava em torno de 50% de motoristas falecidos com alcoolemia positiva, mas em 2022 essa estatística chegou a 70%. Os índices dos outros tipos de acidentes permaneceram em suas médias respectivas: capotagem (62%), choque com objeto fixo (61%) e colisão (37%).
A análise dos acidentes destacou as madrugadas dos finais de semana como os momentos de maior risco em 2022, concentrando um maior percentual de motoristas alcoolizados. O turno da madrugada teve destaque ao apresentar o maior índice de alcoolemia desde 2018, chegando a 75%. Nos finais de semana, a alcoolemia entre motoristas falecidos aumentou, atingindo 60%, marcando a maior taxa desde o início do monitoramento.
Com base nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde para os principais fatores de risco de acidentes, o DetranRS estabeleceu a principal política de trânsito do Estado em 2011. Voltada para a prevenção e combate à alcoolemia, a iniciativa Balada Segura realiza blitz diárias, solicitando que todos os condutores realizem o teste do etilômetro.
Um estudo realizado pelo Núcleo de Inteligência de Dados da Autarquia, que avaliou os resultados da Balada Segura em 39 municípios, revelou que as prefeituras que aderiram ao programa registraram uma redução média de 9,6% nos acidentes fatais nos 36 meses seguintes à implementação.
Aproximadamente metade dos municípios participantes do Balada Segura observaram uma diminuição no número de acidentes fatais no período de um ano após a adesão. Esse percentual aumenta para 71,4% dos municípios, apresentando uma redução nos acidentes com morte ao longo de três anos.