Aumento da Selic intensifica o interesse por políticas fiscais responsáveis, afirma o setor produtivo
Empresários alertam para o aumento dos custos de financiamento e propõem outras medidas para controlar a inflação.

O empresariado brasileiro enfrentou um aumento de 0,50 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros, o que dificultou investimentos em vários setores, elevou o custo do crédito para os consumidores e diminuiu o consumo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Economistas indicam que uma restrição fiscal pode ser um caminho para conter a inflação.
No início da noite de quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a Selic em 0,50 ponto percentual, elevando a Selic a 14,75% ao ano. A decisão foi unânime.
LEIA TAMBÉM:
● A taxa anual de inflação da OCDE desacelerou para 4,2% em março
● Executivo define novas regras para importação de resíduos sólidos
● Trump fará o anúncio de um “grande acordo comercial” na quinta-feira (8)
Este é o nível mais elevado da taxa básica de juros para a economia brasileira em quase duas décadas. A última vez que a Selic esteve neste patamar foi em julho de 2006.
A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) declara que o aumento da taxa Selic limita investimentos, diminui a competitividade e aumentará os custos de produção. há uma desaceleração da economia brasileira.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A entidade acredita que a elevação das taxas de juros visa o controle da inflação e reflete a incerteza do cenário macroeconômico global, devido à disputa comercial em andamento.
O conflito comercial diminui as previsões de crescimento mundial, provoca efeitos inflacionários no Brasil, sobretudo devido à queda nos preços das commodities.
A afirmação de Flávio Roscoe, presidente da entidade, indica que essa situação contribui para aprofundar a queda da atividade econômica doméstica já em curso, e o aumento da Selic tende a intensificar o enfraquecimento da economia, com impactos negativos sobre a geração de empregos e a renda das famílias.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) aponta a necessidade de interromper o aumento da taxa Selic para sustentar o desenvolvimento econômico do Brasil.
forma clara
A entidade visualiza o impacto em cadeia do aumento das taxas de juros.
O aumento do crédito, a desestimulação do consumo, a diminuição da competitividade do setor produtivo e a contribuição para o fechamento de empresas e empregos. Além disso, torna o acesso à moradia mais difícil para milhares de famílias no Brasil.
A Confederação Nacional da Indústria considera a política monetária contracionista como inadequada, alegando que o aumento da Selic, que começou em setembro de 2024, terá impactos no segundo semestre do ano.
A CNI aponta que o aumento de tarifas de importação elevou o risco de recessão nos EUA e fragilizou o dólar no mercado internacional.
A elevação das tarifas também afeta o crescimento econômico mundial e o incremento da oferta de petróleo pela OPEP+ resultou na queda global do preço do barril, de US$ 75 no final de 2024 para US$ 62 no início de maio, conforme a CNI.
A diminuição já impactou a queda do preço do diesel nas refinarias da Petrobras, o que deve ter um efeito positivo sobre os custos de transporte e a inflação.
A representante nacional da indústria afirma que o aumento da Selic provoca o aumento do custo do crédito público e a expansão do déficit público brasileiro.
Além do aumento da taxa básica de juros, a CNI defende o controle dos gastos públicos, conforme também defendida pela Abrainc.
A política monetária necessita de apoio de uma política fiscal mais racional, com a contenção do aumento dos gastos públicos por meio de um acordo nacional sobre o equilíbrio fiscal. O Banco Central deveria considerar o incremento dos depósitos compulsórios como instrumento adicional da política monetária.
Confiança na indústria atinge menor nível em quase 5 anos.
Fonte: CNN Brasil