Austrália: esquerda reelege primeiro-ministro em meio a onda anti-Trump

Anthony Albanese se torna o primeiro chefe de governo australiano a obter segundo mandato consecutivo em mais de duas décadas.

03/05/2025 15h08

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O primeiro-ministro da Austrália, o trabalhista Anthony Albanese, declarou a vitória de seu partido nas eleições gerais realizadas neste sábado (03/05) e afirmou que está “em caminho de formar um governo com maioria absoluta”.

Ele se tornou, o primeiro chefe de governo a obter um segundo mandato consecutivo de três anos em 21 anos.

Os australianos optaram por lidar com os desafios globais de maneira característica, demonstrando solidariedade e construindo o futuro. O primeiro-ministro declarou, em Marrickville, a oeste de Sydney, que os australianos elegeram um governo trabalhista majoritário.

O Partido Trabalhista, de centro-esquerda, chamou o opositor Albanese, Peter Dutton, líder da oposição, de “DOGE-y Dutton” e acusou seu Partido Liberal, conservador, de imitar Trump e seu Departamento de Eficiência Governamental, liderado pelo bilionário Elon Musk.

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Em um momento anterior, Dutton admitiu a derrota de sua aliança de partidos conservadores e a perda de seu próprio mandato parlamentar, que exercia por 24 anos.

O Partido Trabalista alcançou uma maioria estreita de 78 assentos na Câmara dos Deputados, a câmara inferior onde os partidos estabelecem governos.

Movimento contra Trump

Especialistas apontam que uma forte oposição a Donald Trump influenciou o resultado das eleições. O governo enfrentou críticas persistentes por longo tempo, sendo responsabilizado pelo aumento da inflação, dos preços de aluguel e imóveis, e pela admissão de numerosos imigrantes no país.

Contudo, após Donald Trump retomar a presidência dos EUA em janeiro, a indignação em relação ao seu estilo político se tornou mais evidente. Isso impactou a campanha de Dutton, que havia baseado sua estratégia em um plano de ação associado a Trump e a seu conselheiro Elon Musk.

Diferentemente da votação canadense, influenciada por Trump, o presidente dos EUA não era a principal preocupação dos eleitores que apoiavam o primeiro-ministro Anthony Albanese, segundo acadêmicos. Contudo, alguns afirmaram que Trump teve um impacto significativo na reviravolta tardia do Partido Trabalhista nas pesquisas de opinião e no resultado eleitoral.

Após permanecer em segundo lugar há três meses, o Partido Trabalhista superou a coalizão conservadora do líder da oposição, Peter Dutton, e liderou uma série de pesquisas até o dia da eleição.

Preocupação com o aumento dos preços.

Altos preços representaram um fator eleitoral relevante. Questões como política energética e inflação foram os principais temas da campanha, com ambos os lados concordando que o país vivencia uma crise de custo de vida.

O Partido Liberal acusa o governo de financiar a inflação e elevar as taxas de juros, e anunciou a eliminação de mais de um a cada cinco empregos públicos para diminuir os gastos governamentais.

Apesar de ambos defenderem que o país deve alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050, Dutton argumenta que a utilização da energia nuclear, em vez de fontes de energia renováveis, como turbinas solares e eólicas, resultaria em eletricidade mais econômica.

O Partido Trabalhista alega que o governo Dutton reduziria serviços públicos para financiar suas ambições de construir sete usinas nucleares com subsídios governamentais. A Austrália não possui atualmente produção de energia nuclear.

Fonte: Metrópoles

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