Banco Central confirma manter taxa de juros elevada para alcançar meta de inflação
29/04/2025 às 13h09

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, confirmou que a “orientação sobre a política monetária futura, no jargão do mercado financeiro” pelo Comitê de Política Monetária (Copom) “segue vigente”.
A última ata do Copom sinalizou que o ciclo de alta nos juros “não está encerrado”, mas que o próximo ajuste “seria de menor magnitude”, após uma elevação de 1 ponto percentual.
A intenção foi demonstrar que, na visão do comitê [Copom] e de todos os diretores, a comunicação anterior passou muito bem por esses 40 dias e segue vigente. Então, tudo que a gente comentou permanece vigente.
Banco central manterá aperto monetário para alcançar meta.
Ele declarou que, sob a ótica do Banco Central e do Comitê de Política Monetária, a diretoria escolherá “definir a taxa de juros em um nível suficientemente restritivo e por quanto tempo for necessário para alcançar a meta”.
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Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com uma variação de 1,5 ponto percentual – o que implica um piso de 1,5% e um teto de 4,5%. A meta será alcançada se a inflação permanecer dentro desse intervalo de tolerância.
A partir de agora, a meta de inflação é contínua, e não mais por ano-calendário. Isso significa que o índice é calculado mensalmente. Se o acumulado em 12 meses estiver fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada não cumprida.
A inflação corrente, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou aumento de 5,48% nos últimos 12 meses até março. Com essa taxa e nível, o IPCA tende a não atingir a meta para o próximo ano.
O Banco Central tem reiterado recentemente a projeção de que a meta será atingida. Na ata mais recente do Copom, os membros alertaram que, caso a inflação continue subindo, o déficit acumulado em 12 meses ultrapassará o limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses.
No entanto, Galípolo afirmou que a autoridade monetária “não apresenta nenhum incômodo” em relação à meta inflacionária de 3%.
Galípolo afirmou que o Banco Central está seguindo seu caminho para alcançar a meta de 3%, e não enxerga o Brasil como um caso isolado em relação à meta inflacionária de outros países.
O Galípolo afirmou que a dificuldade de transmissão dos sinais no país exigiria uma taxa de juros mais alta para alcançar a mesma meta de convergência da inflação.
Fonte: Metrópoles