Banco do Brasil obteve lucro de R$ 7,3 bilhões no período de janeiro a março de 2025
A empresa obteve uma redução de 20,7% no lucro quando comparado ao mesmo período de 2024, e uma queda de 23% em relação ao quarto trimestre de 2024.

O lucro do Banco do Brasil (BB) iniciou 2025 com declínio. Entre janeiro e março, a instituição financeira obteve lucro líquido ajustado de R$ 7,3 bilhões, uma redução de 20,7% em comparação com o mesmo período de 2024 e de 23% em relação ao quarto trimestre de 2024, conforme divulgado na noite de quinta-feira, 15, pela instituição.
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Este foi o primeiro retrocesso no lucro após 16 trimestres de crescimento consecutivo, em relação aos resultados do mesmo período do ano anterior. Novas normas contábeis e a inadimplência no setor agrícola, que o banco lidera, influenciaram o cenário.
A instituição informou que a implementação de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), alterando a contabilidade das instituições financeiras, impactou o resultado. As novas regras, aprovadas em 2021, só passaram a vigorar em janeiro.
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A alteração modifica o modelo de provisões, utilizando a perda esperada, calculada por meio de estimativas. Isso impactou o reconhecimento de algumas despesas e receitas.
Devido às novas regras, o banco deixou de reconhecer R$ 1 bilhão em receitas de crédito provenientes de operações classificadas como estágio 3 (com atrasos acima de 90 dias) pelo regime de caixa. Este regime só permite o reconhecimento de receitas quando o dinheiro efetivamente entra no caixa da instituição financeira.
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O índice de inadimplência, que avalia atrasos superiores a 90 dias, registrou 3,86% no primeiro trimestre, em comparação com 3,32% no quarto trimestre de 2024 e 2,90% no primeiro trimestre do ano anterior. O Banco do Brasil aponta que o aumento está relacionado ao elevado da Taxa Selic (taxa básica de juros) e a perdas na safra de 2023 e 2024, elevando a inadimplência no agronegócio a 3,04% em março, em relação a 2,45% em dezembro e 1,19% em março do ano passado.
Revisão das projeções
O Banco do Brasil cancelou as projeções de lucro, margem financeira bruta e custo do crédito (perdas esperadas com inadimplência e outros riscos) para o ano de 2025. Os novos valores serão anunciados em breve.
A instituição financeira previu, em fevereiro, uma receita líquida ajustada na faixa de R$ 37 bilhões a R$ 41 bilhões, uma margem financeira bruta entre R$ 111 bilhões e R$ 115 bilhões, e um custo de crédito compreendido entre R$ 38 bilhões e R$ 42 bilhões.
A expansão do crédito
Apesar da redução nos lucros, o Banco do Brasil concedeu mais empréstimos no primeiro trimestre. O volume da carteira de crédito atingiu R$ 1,278 trilhão, com um aumento de 1,1% no período e 14,4% em relação a igual período do ano anterior.
Na distribuição por segmentos de crédito, os resultados foram:
Receitas e despesas
As receitas de prestação de serviços nos três primeiros meses do ano diminuíram 9%, porém aumentam 0,2% em 12 meses. As despesas administrativas reduziram 0,1% na comparação trimestral, mas subiram 7% em relação a março do ano passado.
Fonte: Carta Capital