Banco do Japão mantém taxa de juros zero e vai diminuir a velocidade de compra de títulos
O governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, afirmou que o aumento contínuo dos preços do petróleo pode influenciar a inflação subjacente, o que poderia levar a uma intervenção.

O Banco do Japão manteve a taxa de juros na terça-feira (17) e decidiu diminuir a velocidade da redução de seu balanço patrimonial no próximo ano, indicando sua preferência por agir com cautela ao eliminar os vestígios do estímulo que se estendeu por uma década.
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O aumento das tensões no Oriente Médio e as taxas nos Estados Unidos dificultam a missão do banco central japonês de elevar as taxas de juros, considerando o elevado balanço patrimonial que atingiu cerca do tamanho da economia japonesa.
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, declarou que a continuidade do aumento dos preços do petróleo pode influenciar a inflação subjacente, potencialmente justificando uma intervenção.
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Ele afirmou que existem riscos significativos de declínio para as perspectivas econômicas e os preços no Japão, em virtude da incerteza em relação à política comercial dos Estados Unidos, indicando que o banco não agiria com pressa para elevar novamente as taxas de juros.
A incerteza comercial pode afetar os pagamentos de bônus de inverno das empresas e as negociações salariais (com os sindicatos) no próximo ano, afirmou Ueda em uma coletiva de imprensa, ressaltando a importância de esperar por mais informações para definir o próximo aumento das taxas de juros.
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Apesar de os eventos relacionados à política comercial dos Estados Unidos se mostrarem estáveis em uma direção específica, existe uma grande incerteza sobre como isso poderia impactar a economia.
O banco central decidiu manter a taxa de juros de curto prazo em 0,5% na terça-feira.
O banco central manteve o plano de redução de títulos existentes, que prevê a diminuição das compras de títulos do governo em 400 bilhões de ienes (US$ 2,76 bilhões) por trimestre, com a compra mensal reduzida a cerca de 3 trilhões de ienes até março de 2026.
No entanto, em um plano prolongado de aperto quantitativo (QT) determinado nesta terça-feira, o Banco do Japão reduzirá pela metade o montante da diminuição trimestral a partir do ano fiscal de 2026, de forma que as aquisições mensais diminuam para aproximadamente 2 trilhões de ienes até março de 2027.
Essa trajetória está em consonância com as demandas que o Banco do Japão recebeu de diversos participantes do mercado em reuniões no mês passado.
Naoki Tamura, o membro mais conservador da diretoria, discordou dessa decisão específica, solicitando que as compras fossem mantidas em cortes de 400 bilhões de ienes por trimestre durante o ano fiscal de 2026.
A diminuição gradual do saldo do balanço aponta para a preocupação do banco central em influenciar os mercados após o recente aumento das taxas de juros de títulos públicos de longo prazo.
Apesar da medida retardar o avanço na diminuição do grande patrimônio do banco central, ela reduz a pressão em um mercado muito influenciado pela grande atuação do banco central.
“A decisão de hoje é favorável ao mercado”, declarou Saisuke Sakai, economista sênior da Mizuho Research & Technologies. “A desaceleração do ritmo de redução funciona para evitar que as taxas de longo prazo subam demais.”
O Brasil detém a maior fatia de vendas de veículos elétricos na América Latina.
Fonte por: CNN Brasil