O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, reagiu neste sábado (7.jun.2025) à repercussão negativa de sua participação em eventos de empresas com processos na Corte. Afirmou que as críticas demonstram que o Brasil possui “preconceito contra a livre iniciativa e contra o empresário em geral”. Segundo o ministro, se ele não pudesse se relacionar com quem tem interesses no STF, teria que viver “trancado em casa”.
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Todos demonstram interesse no Supremo Tribunal Federal. Quando recebo prefeitos, deputados, presidentes da República, da Câmara dos Deputados ou do Senado, indígenas e sindicatos, há interesse no STF. Se eu não pudesse me relacionar com quem interesse no STF, eu precisaria ficar trancado em casa […]. Essa visão de negatividade não é só sobre os ministros, mas sobre os empresários também, porque quando converso com o índio [sic] não tem nenhum problema.
Acompanhe a participação de Barroso no evento (3h40min):
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Barroso participou de seis eventos organizados ou financiados por empresários com processos em andamento no STF, conforme revelado pela Folha de S.Paulo na sexta-feira (6 de junho de 2025). As participações ocorreram na segunda quinzena de maio de 2025 até o final do mês. Uma parte dos compromissos foram em Brasília e outros em Nova York, Estados Unidos, para onde o ministro viajou na semana do dia 12 de maio.
O ministro afirmou ter se reunido com empresas para angariar fundos para um projeto de combate ao racismo estrutural e à desigualdade no Poder Judiciário, por meio de bolsas de estudo para magistrados negros e indígenas. Ele sustentou que, dessa forma, o Judiciário brasileiro representaria melhor o país.
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“Chegaram empresários de todas as partes com boa vontade de colaborar no projeto. Contudo, a matéria que foi publicada na grande imprensa informou que eu utilizei [o projeto] como pretexto para me reunir com empresários que demonstram interesse no Supremo, com o objetivo de promover algum tipo de convencimento”, declarou.
Barroso criticou a repercussão e afirmou que há uma tendência de “obssessão negativa” no Brasil em que “procura-se o que se faz de errado atrás de tudo que acontece”. Para ele, isso deve afastar pessoas bem-intencionadas da esfera pública por não haver disposição para lidar com o fenômeno.
“Ocorrem diversos problemas no Brasil. No entanto, há muitas pessoas honestas e íntegras que se dedicam a construir um país melhor e mais grandioso. Se considerarmos todos aqueles que exercem cargos públicos sob a mesma ótica, como se estivessem sempre buscando interesses negativos, a vida não flui adequadamente.”
A jornalista viajou por convite da Esfera Brasil.
Fonte por: Poder 360