BC diz que mercado de trabalho e ociosidade podem influenciar na diminuição da inflação
De acordo com o Banco Central, a queda da inflação pode ser influenciada pelo mercado de trabalho e pela ociosidade da economia.

O Banco Central avalia que as expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação, com a evolução do mercado de trabalho e da ociosidade da economia sendo fatores relevantes para o comportamento de preços à frente, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira (19).
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“A evolução prospectiva do hiato do produto e o comportamento do mercado de trabalho foram considerados muito relevantes para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta”, apontou o documento.
A ata mostrou que o mercado de trabalho continua aquecido no Brasil, embora com uma certa moderação. A contratação no emprego formal está em níveis elevados, o que indica que o mercado de trabalho continua dinâmico.
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O documento também afirmou que houve um aumento nos salários reais no período mais recente, o que pode ser devido a questões temporárias e não indica pressões salariais.
“O Comitê julgou que é importante seguir monitorando com bastante atenção as diferentes variáveis do mercado de trabalho, em particular com um acompanhamento minucioso da dinâmica de rendimentos reais”, disse.
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O Comitê observou que o mercado de trabalho em alta e o espaço reduzido para o crescimento econômico são fontes de incerteza para a desaceleração da inflação em diversas economias avançadas.
O BC decidiu na semana passada fazer um quarto corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 11,75% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.
No documento, foi decidido pelo grupo que é melhor manter a comunicação atual, que já inclui a condição correta em um ambiente incerto. Isso implica especificar o que fazer caso o cenário esperado se confirme.
Segundo o comunicado, o ritmo de redução da taxa Selic indica o compromisso em controlar as expectativas de inflação e a redução da inflação, além de ajustar a política monetária para se adequar à realidade econômica.
A ata enfatizou que é importante manter uma política monetária contracionista por um tempo significativo para atingir a estabilidade da inflação.
Segundo o Banco Central (BC), a incerteza, especialmente no contexto internacional, está instável, o que indica a necessidade de ser prudente na política monetária.
“A desinflação avançou conforme esperado pelo Comitê, mas ainda há muito a ser feito”, afirmou.