O Conselho de Diretores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) oficializou, nesta quarta-feira (12), a primeira garantia de um banco multilateral de desenvolvimento para uma concessão de restauração florestal no Brasil. O instrumento financeiro, avaliado em US$ 15 milhões, será direcionado para apoiar a Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu, localizada no Pará.
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A vigência do projeto é de 20 anos, conforme anunciado pelo presidente do BID, Ilan Goldfajn, durante um painel de discussão na COP30, em Belém (PA).
Modelo para Replicabilidade
A iniciativa visa replicar o modelo em outros estados brasileiros, especialmente na região amazônica. O BID está oferecendo uma garantia ao governo do Pará, que, por sua vez, assume alguns riscos na concessão para o setor privado. A área do projeto, dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, é considerada de alto risco devido ao histórico de desmatamento, potencial para incêndios e invasões.
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O mecanismo é visto como pioneiro na redução de riscos em parcerias público-privadas (PPPs) ambientais.
Foco na Viabilidade do Investimento
Ilan Goldfajn defendeu a ideia de “transformar a restauração ambiental em um investimento viável”. O modelo de concessão prevê a restauração ecológica do local, que se estenderá por até 40 anos. A remuneração ao concessionário será baseada no aproveitamento dos ativos ambientais gerados pela regeneração da mata nativa, como créditos de carbono.
O objetivo é aumentar a confiança dos investidores e impulsionar projetos de restauração em larga escala.
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Escalabilidade e Próximos Passos
O BID enfatiza o lema “escalar para ter impacto”. O projeto no Xingu cobre uma fronteira chave de cooperação e é replicável. A Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX) abrange uma área de 10,3 mil hectares em Altamira, sudoeste do Pará.
O parceiro privado será responsável pelo reflorestamento, gestão sustentável dos ativos de carbono e geração de empregos. O investimento total do projeto (Capex) no Xingu é estimado em R$ 90 milhões. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou a inovação do mecanismo e a intenção de replicá-lo em grande escala pelo Brasil.
Próxima Fase: Mato Grosso do Sul
Segundo informações de técnicos do BID, há sinalização de que Mato Grosso do Sul será o próximo estado a receber esse mecanismo garantidor.
