Bitcoin passa por consolidação e ‘crash’ não indica mercado de baixa, afirma especialista

Bitcoin se mantém na faixa de US$ 111 mil após recente queda

Nesta quinta-feira, 16, o bitcoin é negociado em torno de US$ 111 mil, quase uma semana após o recente “flash crash“. Esse evento resultou em uma queda rápida e significativa no mercado de criptomoedas, impulsionada pelas tensões na guerra tarifária entre Estados Unidos e China. Atualmente, o setor busca uma consolidação, com a principal criptomoeda apresentando pouca variação de preço.

Atualmente, o bitcoin está cotado a US$ 111.333, com uma leve queda de 0,1% nas últimas 24 horas, conforme dados do CoinMarketCap. Nos últimos sete dias, a criptomoeda acumula uma desvalorização de 9,4%.

Perspectivas do mercado de criptomoedas

Guilherme Prado, country manager da Bitget, comentou sobre a resiliência do bitcoin, que se mantém acima de US$ 111 mil, mesmo após a maior liquidação do ano no mercado cripto. Ele destacou que a rápida recomposição de liquidez e a estabilização da capitalização de mercado, próxima a US$ 4 trilhões, indicam que os investidores não veem esse movimento como o início de um bear market, mas sim como uma reprecificação temporária de risco.

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Prado também mencionou que, apesar do sentimento cauteloso, há um viés construtivo, especialmente com o fluxo consistente para ETFs de bitcoin, ether e outros ativos relevantes. No entanto, as tensões comerciais entre EUA e China continuam a aumentar a aversão ao risco nos mercados globais, impactando os ativos alternativos e mantendo os investidores atentos a possíveis mudanças nas negociações.

Análise técnica do bitcoin

O bitcoin enfrenta uma forte zona de oferta entre US$ 115 mil e US$ 116,7 mil, onde já ocorreram rejeições recentes. Um rompimento consistente dessa região poderia abrir espaço para uma nova alta em direção aos US$ 120 mil. O suporte imediato está entre US$ 110 mil e US$ 111 mil, com um piso mais abaixo em torno de US$ 106 mil.

Enquanto isso, o mercado permanece seletivo, com algumas altcoins, como AVAX e DOGE, se destacando no curto prazo, impulsionadas por fluxos institucionais. Contudo, o índice de altseason permanece neutro, indicando que a dominância continua concentrada nos principais ativos, com investidores buscando segurança e liquidez.

Perspectivas de recuperação do mercado

Matheus Parizotto, analista de research da Mynt, observa que o mercado de criptoativos tenta se estabilizar após o crash da última semana, um comportamento comum após movimentos extremos. O bitcoin se mantém acima de US$ 110 mil, um patamar importante para a tendência de médio prazo.

Parizotto acredita que, apesar da volatilidade no curto prazo, este momento pode ser uma oportunidade tática para posicionamento. Historicamente, após quedas significativas, o mercado costuma se recuperar em média +9,3% em 30 dias, +30,0% em 90 dias e +56,5% em 180 dias.

Contexto macroeconômico e seu impacto

O analista também destaca que o suporte adicional pode vir da retomada do ciclo de cortes nos EUA, um dólar mais fraco e a liquidez global em máximas históricas. BTC, ETH e Sol são vistos como ativos de qualidade, com suporte de fluxos institucionais via ETFs.

André Franco, CEO da Boost Research, observa que os mercados asiáticos acompanharam o rali de Wall Street, impulsionados por otimismo nos setores de chips e IA. Apesar das tensões comerciais entre EUA e China, a liquidez global e o apetite por risco prevalecem.

Franco acrescenta que, para o bitcoin, o impacto de curto prazo tende a ser cautelosamente positivo, com o ambiente de liquidez favorecendo o apetite por risco. No entanto, a criptomoeda enfrenta resistência técnica e sensibilidade a reversões, dada a volatilidade recente.