Bloco BRICS propõe o emprego de moedas locais nas transações de energia
Grupo manifestou críticas em relação a sanções isoladas no comércio de petróleo da Rússia.

Os países do Brics defenderam nesta segunda-feira (19.mai.2025) o emprego de moedas locais no comércio internacional de produtos energéticos. A posição foi incluída no comunicado final da 10ª Reunião Ministerial de Energia do grupo, realizada sob a presidência do Brasil. Segue a íntegra (PDF – 532 kB).
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Os ministros apoiam “mercados internacionais de energia abertos, justos, competitivos, não discriminatórios e livres” e afirmam que o uso de moedas locais nas trocas comerciais pode promover “transparência, acesso igualitário e benefício mútuo” entre os países.
A declaração está em consonância com a estratégia de desdolarização do bloco, que visa ampliar o emprego de moedas locais em operações do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento). O objetivo é o fortalecimento da autonomia econômica das nações do grupo.
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O comunicado também manifesta preocupação com “sanções unilaterais e restrições arbitrárias ao comércio de energia”, consideradas práticas que desestabilizam cadeias de valor e colocam em risco a infraestrutura crítica global.
A partir do início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, os Estados Unidos, a União Europeia e outros aliados implementaram várias restrições ao petróleo e gás do país euroasiático.
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Cooperação
No encontro, foi aprovado o Plano Estratégico da Cooperação Energética BRICS para o período 2025-2030, que orientará os esforços colaborativos do grupo nos próximos cinco anos, com ênfase na transição energética, inovação, diversificação da matriz energética e no reforço da pesquisa em energia. Foram ressaltados também investimentos em energias renováveis, hidrogênio, bioenergia, tecnologias nucleares e eficiência energética.
A reunião de países com trajetórias distintas, porém com objetivos em comum, ressalta a importância da cooperação para expandir o acesso universal à energia limpa, segura e confiável, afirmou o secretário de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral.
Fonte: Poder 360