Blue Zone: Impasse no credenciamento e custos ameaçam participação na COP30

Impasse no credenciamento da Blue Zone e custos excessivos de hospedagem colocam em risco a presença de Brasil na conferência climática de Belém.

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(Imagem de reprodução da internet).

COP30: Desafios e Expectativas em Belém

Em 30 dias, a COP30 se inicia em Belém, com a abertura da cúpula de líderes, reunindo chefes de Estado. A presidência brasileira da conferência climática trabalha para avanços tangíveis, com o número de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) se aproximando de 60 países.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu um papel maior, especialmente durante a Semana do Clima de Nova York em setembro. Sua presença na Assembleia Geral da ONU ocupou um espaço relevante na agenda, mesmo com outros temas em discussão.

No entanto, a corrida para uma cúpula bem-sucedida enfrenta obstáculos críticos, como a crise logística de hospedagem. Apesar de ações conjuntas da alta gestão e do governo, as confirmações de delegações ainda são um desafio.

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Durante uma visita ao Parque da Cidade, onde ocorrerá o evento, Lula reconheceu as limitações da infraestrutura local, mencionando problemas de drenagem e pobreza. Ele declarou que a COP30 não seria uma cúpula de luxo e que não dormiria em hotel, demonstrando um compromisso com a realidade local.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou que o número de inscritos ultrapassou 55 mil, sinalizando um forte interesse global. Apesar disso, apenas 87 países já reservaram hospedagem, com 81 em tratativas.

A preocupação se intensifica com a pressão das empresas por badges de acesso à Blue Zone, o espaço onde ocorrem as negociações oficiais. Essa demanda ameaça esvaziar a participação do setor que detém o capital essencial para a transição energética global.

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A Participação Empresarial e o Desafio da Blue Zone

A presença do setor privado nas COPs é um território contraditório. Embora o lobby de empresas de petróleo tenha influenciado negociações passadas, especialistas reconhecem que sem capital privado, o alcance de investimentos e a cooperação de emissores tornam-se inalcançáveis.

A SB COP, liderada por Ricardo Mussa, busca organizar o setor privado, apresentando casos de sucesso reais em vez de listas extensas de propostas. O objetivo é demonstrar capacidade de entrega concreta, replicando modelos de outros fóruns como o B20 no G20.

Mussa defende que o setor privado, responsável por 80% das emissões, é onde a solução para a transição energética está. Ele acredita que convidar o setor privado para participar pode funcionar muito bem.

Com a cúpula marcada para 6 e 7 de novembro, o Brasil precisa encontrar o equilíbrio entre viabilizar a participação do setor privado e evitar a captura das negociações por interesses contrários ao clima. O embaixador André Corrêa do Lago ressalta que ainda é possível reverter o esvaziamento, com vontade política para enfrentar os preços abusivos de hospedagem e a abertura controlada de acesso às negociações.

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