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Bolsa Argentina teve um aumento de 20% após as eleições


Bolsa Argentina teve um aumento de 20% após as eleições
(Foto Reprodução da Internet)

O mercado acionário argentino registrou um aumento superior a 20% no início das negociações desta terça-feira (21). Esse movimento ocorreu em resposta aos ajustes após a vitória do economista ultraliberal Javier Milei nas eleições presidenciais de domingo e também devido a um feriado local na segunda-feira, quando os mercados externos apresentaram ganhos sólidos.

Às 11h03 (horário de Brasília), o índice S&P Merval de Buenos Aires estava em alta de 20,81%, atingindo 779.348,90 pontos. Os ajustes de preços após o feriado foram observados, com as empresas do setor de energia liderando os ganhos.

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Na segunda-feira, as ações de empresas argentinas listadas nos EUA apresentaram ganhos de até 40%, com destaque para a petrolífera YPF. Os títulos da dívida argentina também registraram uma alta de 13,5% pela manhã, refletindo o cenário pós-eleição de Javier Milei.

Enquanto isso, o dólar blue, que é a principal cotação paralela da moeda americana na Argentina, teve um novo aumento e ultrapassou a marca de 1 mil pesos. Segundo o jornal La Nación, algumas casas de câmbio em Buenos Aires haviam congelado o dólar blue em 950 pesos na quinta-feira, aguardando os resultados eleitorais. No entanto, abriram na segunda-feira com um salto de 100 pesos, sendo vendido por até 1.050 pesos, representando um aumento de 10,5%.

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O jornal também destaca o dólar futuro, cujos contratos para dezembro estão sendo negociados a US$ 866, um aumento significativo de 29,8% em relação ao fechamento de sexta-feira.

Fim do BC e dolarização

O candidato de oposição, Javier Milei, foi eleito na noite de domingo (19) com 55,95% dos votos, derrotando o governista peronista Sergio Massa, que obteve 44,04%. Os dois participaram do segundo turno de uma das eleições mais acirradas da recente história da Argentina.

Com 52 anos, Milei será o 52º presidente do país e enfrentará uma das piores crises econômicas em décadas, caracterizada pela maior inflação em mais de 30 anos, cerca de dois quintos da população vivendo na pobreza e uma significativa desvalorização cambial. Os desafios são agravados por uma dívida externa bilionária e pela escassez de reservas internacionais.

Na segunda-feira (20), Milei afirmou que levará entre 18 e 24 meses para conter a inflação do país, que está em torno de 140% ao ano.

Em sua primeira entrevista sobre o futuro governo após a eleição de domingo (19), concedida à rádio argentina “Continental”, Milei confirmou que seguirá adiante com o plano de fechar o Banco Central e dolarizar a economia. Essas são duas das principais e mais polêmicas propostas de sua campanha.

“Fechar o Banco Central é uma obrigação moral, e dolarizar (a economia) é uma maneira de nos livramos do Banco Central”, declarou. Milei, no entanto, propôs que a moeda adotada por seu governo “seja aquela escolhida pelos indivíduos”.

Na entrevista, o ultraliberal afirmou ainda que, por enquanto, manterá a taxa de câmbio e não removerá as restrições ao estoque de dólares dos bancos do país, medida imposta pelo governo do atual presidente, Alberto Fernández, como forma de controlar o equilíbrio da moeda norte-americana.

“Antes de levantar a limitação ao estoque do dólar, é preciso resolver o problema da Leliq (a taxa básica de juros do país). Vamos tentar fazer isso o mais rápido possível, porque se for assim a sombra da hiperinflação estará aqui o tempo todo”, disse.

Especialistas, no entanto, expressaram dúvidas sobre a viabilidade das propostas de Milei, especialmente em relação à dolarização. “É uma ideia tão difícil de encontrar suporte em questões práticas que quem votou em Milei por essa questão, vai se decepcionar”, destaca o economista da LCA Consultores, Chico Pessoa.


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