Bolsa Família: mercado salienta ajustes, porém observa impacto restrito no equilíbrio fiscal

Economistas destacam a desvinculação do salário mínimo como principal ponto.

15/05/2025 13:28

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Bolsa Família: mercado salienta ajustes, porém observa impacto restrito no equilíbrio fiscal
(Imagem de reprodução da internet).

Economistas consultados pela CNN consideram positivas as alterações divulgadas pelo governo no programa Bolsa Família, embora o impacto potencial de redução de gastos públicos seja visto como restrito.

O governo divulgou, nesta quinta-feira (15), uma portaria que modifica a chamada “regra de proteção” do programa, permitindo que famílias mantenham o benefício mesmo com aumento de renda, desde que ainda se encontrem em situação de vulnerabilidade.

A regra simplifica o tempo de permanência no programa. A partir de junho, famílias com aumento de renda continuarão recebendo o Bolsa Família por até um ano. Atualmente, o prazo é de dois anos. Além disso, o valor máximo para ingresso na regra de proteção será reduzido de R$ 759 para R$ 706.

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Atualmente, essa faixa salarial está vinculada ao salário mínimo. Com a nova portaria, o valor de R$ 706 será determinado de forma fixa, independentemente dos ajustes do mínimo. A ação, conforme informações do governo, visa obter economia para auxiliar no alcance das metas do Orçamento de 2025.

Para Daniel Duque, pesquisador do FGV/Ibre, o ponto central reside na separação do critério de elegibilidade do salário mínimo.

A proposta estabelece uma nova linha de transição de até R$ 706 para a família, que não está vinculada ao salário mínimo. Vincular a linha de elegibilidade ao salário mínimo é problemático, pois o salário mínimo está ligado à produtividade e a outros fatores que não deveriam interferir diretamente nos critérios de programas sociais.

O estudo aponta que a iniciativa deverá resultar em uma economia de aproximadamente R$ 1 bilhão para o governo, o que pode auxiliar o governo a alcançar a meta fiscal.

Este valor, contudo, é insignificante face à necessidade de equilibrar as contas públicas, que permanecem sob pressão devido a outras despesas.

O impacto fiscal líquido deve ser avaliado em conjunto com outras pressões de gastos, como os ressarcimentos a aposentados e pensionistas do INSS. embora a medida ajude a mitigar o desequilíbrio fiscal, seu efeito é limitado diante do tamanho do desafio estrutural das contas públicas, disse Luccas Saqueto, economista da GO Associados.

Saqueto afirma que o impacto fiscal da medida depende da manutenção de um mercado de trabalho aquecido. Caso haja deterioração no emprego e aumento do desemprego, muitas famílias poderiam retornar ao programa, diminuindo o potencial de economia.

Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, afirma que os impactos reais no orçamento público demorarão para se manifestar.

A alteração é bem-vinda, mesmo que tardia e parcial. Contudo, impacta apenas o fluxo de novos beneficiários, e uma economia material demandará tempo para se concretizar, apesar da redução do valor tentar acelerar em certa medida o recolhimento fiscal.

Fonte: CNN Brasil

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