Bolsas da Europa caem acentuadamente devido às disputas comerciais entre Estados Unidos e União Europeia

As bolsas europeias encerraram o pregão de sexta-feira (23) em forte declínio, devido à intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia.

A medida foi implementada após o presidente dos EUA, Donald Trump, recomendar a aplicação de uma taxa fixa de 50% sobre produtos europeus a partir de 1º de junho.

Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,24%, atingindo 8.717,97 pontos, porém registrou alta semanal de 0,38%.

O índice DAX, de Frankfurt, registrou queda de 1,54%, situando-se em 23.629,58 pontos, com variação negativa de 0,58% na semana. Em Paris, o CAC 40 apresentou declínio de 1,65%, atingindo 7.734,40 pontos, acumulando perda de 1,93% na semana.

O índice FTSE MIB, de Milão, registrou queda de 1,94%, situando-se em 39.475,36 pontos, acompanhado de uma forte descida semanal de 2,90%.

Em Madri, o Ibex 35 caiu 1,18%, situando-se aos 14.104,10 pontos, porém fechou a semana com alta de 0,28%. Já em Lisboa, o PSI 20 registrou queda de 0,61%, aos 7.330,90 pontos, acumulando valorização semanal de 1,31%. Os dados são preliminares.

A sessão apresentou resultados particularmente negativos para os setores automotivo, financeiro e de consumo. As montadoras Mercedes-Benz e BMW, da Alemanha, apresentaram quedas de 4% e 3,7%, respectivamente, enquanto a Stellantis registrou uma retração de 4,56% em Paris.

No setor bancário, o Deutsche Bank registrou uma queda de 4,2%, o Societé Générale, da França, caiu 2,6%, e o Unicredit, da Itália, recuou 3%. Empresas de bens de luxo também apresentaram perdas: Swatch Group e EssilorLuxottica, dona da Ray-Ban, registraram quedas de aproximadamente 5%.

Trump declarou anteriormente que a União Europeia foi formada com o propósito de explorar os Estados Unidos no comércio e que o bloco tem sido complicado de gerir. Assim, sugeriu a aplicação de uma taxa de 50% sobre os produtos da UE.

A Capital Economics projetou que, com a implementação da medida, a produção da Alemanha poderá ser até 1,7% menor após três anos, em comparação com um cenário sem a tarifa. Itália, França e Espanha também seriam afetadas, com quedas no PIB estimadas em 1,25%, 0,75% e 0,5%, respectivamente. Para a Irlanda, o impacto pode chegar a 4%.

Os ministros da Alemanha e da Suécia criticaram a imposição de tarifas por parte de Trump. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, declarou que ameaças representam chances de reforçar os laços comerciais com o Canadá.

Espera-se uma reunião entre os Estados Unidos e a União Europeia sobre tarifas nesta sexta-feira (23).

A revisão ascendente do Produto Interno Bruto alemão e o desempenho positivo do varejo britânico marcaram o cenário macroeconômico.

Toyota, Volvo e Ford são os modelos com menor depreciação; lista.

Fonte: CNN Brasil