Bolsonaro afirma ser o “mais perseguido do Brasil” após indiciamento de aliados no caso da Abin paralela

Ex-presidente criticou o sistema político, comparou sua gestão com a do presidente Lula e negou envolvimento em esquema de espionagem.

18/06/2025 18h59

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DF - BRASÍLIA, DEPOIMENTOS DOS RÉUS DO NÚCLEO PRINCIPAL DO INQUÉRITO QUE INVESTIGA UMA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO. - POLÍTICA - DF - BRASÍLIA - 10/06/2025 - BRASÍLIA, DEPOIMENTOS DOS RÉUS DO NÚCLEO PRINCIPAL DO INQUÉRITO QUE INVESTIGA UMA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO. - O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro senta-se diante do juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes durante seu julgamento no Supremo Tribunal Federal, juntamente com outros acusados em um suposto plano de golpe para manter Bolsonaro no cargo após sua derrota nas eleições de 2022, em Brasília, Brasil, terça-feira, 10 de junho de 2025. 10/06/2025 - Foto: MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Após a Polícia Federal (PF) concluir o indiciamento de mais de 30 pessoas no inquérito que investiga o suposto uso da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para espionagem política, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a se defender publicamente e classificou-se como o “mais perseguido” do país. “Duvido [que alguém]aponte quem no Brasil foi mais perseguido do que eu. Mas vale a pena. Nós temos que enfrentar os desafios, nós mexemos com o sistema. Um sistema podre, carcomido. Mostramos a vocês o que é o Brasil”, declarou Bolsonaro durante evento realizado nesta terça-feira (17), em Presidente Prudente, no interior de São Paulo.

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O encontro incluiu a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab. A investigação da Polícia Federal indica que integrantes do círculo do ex-presidente teriam empregado a estrutura da Abin para realizar o acompanhamento ilegal de opositores políticos e autoridades de distintos níveis.

O relatório final da Polícia Federal foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aponta mais de 30 pessoas envolvidas no esquema. Bolsonaro, contudo, não foi incluído como suspeito nesta fase da investigação devido à sua participação em ações penais semelhantes referentes à tentativa de golpe de Estado. Entre os não indiciados também se encontram o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. Todos são réus no STF por suposta participação em organização criminosa relacionada ao planejamento do golpe de Estado.

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Comparações com o governo Lula

Durante o discurso, Bolsonaro também comparou nomes de seu governo com integrantes da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Dá para comparar Paulo Guedes com [Fernando] Haddad? Renan Filho com Tarcísio? Dá para comparar [a primeira-dama] Janja com a Michelle [Bolsonaro]?”, ironizou o ex-presidente, arrancando aplausos de apoiadores presentes no evento.

Detalhes da investigação

A investigação da Polícia Federal aponta que a estrutura da Abin foi utilizada para realizar monitoramentos ilegais com motivações políticas e pessoais. De acordo com os investigadores, o esquema operou entre 2019 e 2023, com maior volume de acessos em 2020, período das eleições municipais. O software empregado na operação, denominado First Mile, foi alvo da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023. Em janeiro de 2024, a PF conduziu a Operação Vigilância Aproximada, com foco em endereços relacionados a Alexandre Ramagem.

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A Polícia Federal investiga se houve tentativa de ocultação de provas envolvendo gestões passadas e a administração atual da Abin. O denunciante alega que ocorreu um “conluio” para evitar que os monitoramentos ilegais fossem revelados. O caso está em análise no Supremo Tribunal Federal e deverá apresentar novos desdobramentos nas próximas semanas.

Fonte por: Jovem Pan

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