Bolsonaro afirmou a Cid que a investigação é para incriminá-lo

Bolsonaro transmitiu mensagem de apoio ao ex-ajudante de ordem em razão da sua impossibilidade de assumir o comando do batalhão em 2023.

21/05/2025 11h35

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(Imagem de reprodução da internet).

Jair Bolsonaro (PL) alegou, em mensagens a Mauro Cid, em janeiro de 2023, que a investigação do STF visava prejudicá-lo. Na ocasião, o tenente-coronel estava sob investigação por suspeita de envolvimento na disseminação de notícias falsas sobre a segurança das urnas.

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“Cid, a investigação em cima de você é para ver se pegaria alguma coisa contra mim. Não pegaram nada, e a narrativa foi para o espaço, dali o pessoal bate o pé nesta outra agora”, afirmou Bolsonaro em 30 de janeiro de 2023. “Estou à disposição aqui, se quiser ligar para mim, será um prazer falar contigo. Abraço.” As informações são do portal UOL, que teve acesso ao conteúdo do celular de Cid, apreendido pela PF.

Cid recebeu a mensagem após ele ter compartilhado com o ex-presidente e outros contatos o link de uma reportagem da Veja, datada de 28 de janeiro de 2023. O texto relatava uma articulação política para evitar que Cid ocupasse a chefia do Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia, o que se concretizou.

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Desde janeiro de 2023, Mauro Cid é réu em uma ação penal no STF, acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e outros 4 crimes. Trata-se da mesma ação penal que tornou réus Bolsonaro e outros 29 acusados.

Na sua defesa prévia, os advogados de Cid solicitam sua absolvição sumária e sustentam que o ajudante de ordens teria sido um “simples porta-voz” de Bolsonaro. O militar foi o primeiro a apresentar a defesa após assinar um acordo de delação premiada com a PF.

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Em outros casos, o tenente-coronel também responde por violação de sigilo funcional, sendo acusado de ter divulgado informações confidenciais obtidas em decorrência do cargo, e por utilização indevida de documento público, por supostamente ter inserido dados falsos nos sistemas oficiais, incluindo no caso dos certificados de vacinação contra a Covid-19.

 

Na reportagem, o UOL apresenta outros diás entre o ex-presidente e Mauro Cid. Em um deles, o ex-ajudante de ordens transmite a informação, em 29 de dezembro de 2022, de que Pelé havia falecido e questiona quantos dias de luto oficial seriam declarados.

“Deve fazer o máximo de dias”, sugeriu Cid, ao que Bolsonaro respondeu: “3 dias”. No Brasil, o luto oficial máximo pode ser de até 7 dias.

Durante os eventos de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, ambos trocaram mensagens. Mauro Cid escreveu para Bolsonaro: “Povo invadindo o Congresso” e “JP e CNN não estão transmitindo”.

Cid voltou a escrever-lhe: “Lula decretou intervenção federal no DF”. “O interventor federal será o Sec Exe [secretário executivo] do MJ [Ministério da Justiça]”. O ex-presidente afirmou, em referência ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB): “O Ibaneiz [sic] perde”, ao que foi replicado por Cid: “Exonerou o Anderson [Torres]”.

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, também réu na ação penal do STF, acusado pela PGR por tentativa de golpe de Estado, foi secretário de Segurança Pública do DF quando ocorreram os atos de 8 de Janeiro. No mesmo dia, foi dispensado de suas funções por Ibaneis.

A defesa de Torres nega que o ex-ministro tenha participado de reuniões que discutiram planos para um golpe de Estado com oficiais das Forças Armadas. Também refuta as acusações de que ele teria negligenciado a segurança da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

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Fonte: Poder 360

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