Bolsonaro refuta versão sobre reunião com militares e afirma não ter havido confronto com Freire Gomes: “Nunca houve acusação de prisão”

Ex-presidente afirma não ter sido repreendido por oficial do Exército em reunião que abordou a possível participação das Forças Armadas em um suposto golpe.

10/06/2025 17h47

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(Imagem de reprodução da internet).

Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na terça-feira (10), que não ouviu menção a uma ordem de prisão do então comandante do Exército, general Freire Gomes, em reunião com chefes militares em 2022. O encontro teria sido para analisar estudos sobre um possível apoio das Forças Armadas a uma tentativa de golpe, após a derrota nas eleições. A declaração foi feita durante o depoimento no STF (Supremo Tribunal Federal), conduzido pelo ministro Luiz Fux, no âmbito da ação penal que investiga a articulação de uma trama golpista para manter Bolsonaro no poder.

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Aquilo que o brigadeiro Baptista Júnior disse não é verdade, tanto que foi negado pelo próprio comandante do Exército, afirmou Bolsonaro, referindo-se ao então comandante da Aeronáutica, que, em depoimento à Polícia Federal, alegou ter havido ameaça de prisão ao ex-presidente. “Se dependesse de alguém diferente para dar andamento a um plano ridículo desse, eu teria trocado o comandante da Aeronáutica”, completou.

A declaração de Bolsonaro concorda com a versão apresentada por Freire Gomes, que depôs à Justiça no mês passado. “Não ocorreu isso, de forma alguma. Alertei o presidente que, se soubesse dos aspectos jurídicos, ele seria implicado juridicamente”, declarou o general, negando ter dado qualquer ordem de prisão durante o encontro. Já o brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, declarou em seu depoimento que a ameaça ocorreu na ocasião, o que gerou divergência entre os militares.

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Fase final do processo criminal.

O depoimento de Bolsonaro está na fase final de interrogatórios no processo que investiga a tentativa de golpe. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, conduz os interrogatórios dos oito réus apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como membros do “núcleo crucial” da conspiração. Já foram ouvidos Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; e Augusto Heleno, ex-chefe do GSI.

A audiência de testemunhas com os generais Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice de Bolsonaro, deve ser finalizada até sexta-feira (13). O processo que pode resultar na condenação dos envolvidos está programado para o segundo semestre deste ano. Caso haja condenação, as penas podem exceder 30 anos de reclusão.

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Fonte por: Jovem Pan

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