Bolsonaro se desculpa a ministro Alexandre de Moraes

Antigo presidente afirmou em julho de 2022 que o então ministro do TSE estava obtendo vantagens financeiras nas eleições.

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(Imagem de reprodução da internet).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se desculpou com o ministro Alexandre de Moraes no STF nesta terça-feira (10.jun.2025) em relação a uma fala em reunião ministerial de 5 de julho de 2022.

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Em determinado momento, Bolsonaro afirmou que Moraes e os ministros Roberto Barroso e Edson Fachin estavam obtendo vantagens financeiras das eleições. Na época, os juízes estavam no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“Não vou afirmar que o Fachin está desviando 30 milhões de dólares. Não vou dizer isso aqui também. Ou que o Barroso está desviando 30 milhões. Não vou falar isso também. Que o Alexandre está desviando 50 milhões de dólares. Não vou dizer isso. Não vou levar para esse lado. Eu não tenho prova. Mas algo estranho está acontecendo”, disse Bolsonaro na reunião em 2022.

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Moraes então questionou o ex-presidente sobre quais fundamentos ele tinha para comprovar o suposto desvio de conduta dos ministros. “Não tenho indicio algum. Era um desabafo. Me desculpe. Não tinha essa intenção de acusar qualquer desvio de conduta de vocês”. Respondeu Bolsonaro.

O ex-presidente comparece ao STF nesta terça-feira (10.jun) na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-chefe do Executivo é acusado pela PGR (Procuradoria Geral da República) de liderar o movimento golpista.

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Interrogatórios

A Primeira Turma do STF iniciou na segunda-feira (9.jun) o interrogatório dos réus no núcleo central do processo penal por tentativa de golpe de Estado. De acordo com o Ministério Público, os integrantes desse grupo teriam sido responsáveis por liderar as ações da organização criminosa que visavam impedir a posse de Lula.

Pertencem ao grupo:

Os depoimentos devem ser concluídos até sexta-feira (13/06). O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, que firmou um acordo de cooperação com o STF. Os demais réus estão sendo ouvidos em sequência, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida para que todos tenham conhecimento do que o delator declarou e, assim, possam exercer o devido processo legal.

Todos os réus do núcleo estão obrigados a comparecer nos interrogatórios, mas podem permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.

Após as audiências, os réus não precisam mais comparecer. A única pessoa do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.

Os interrogatórios são parte da fase instrutória do processo criminal, momento de coleta de provas. As testemunhas de acusação e defesa já prestaram depoimento e novas provas documentais e periciais podem ser apresentadas, mediante solicitação das partes e autorização do relator, ministro Alexandre de Moraes.

Podem ser realizadas, eventualmente, investigações adicionais para confirmar informações relevantes durante o processo. Somente após essa fase as acusações e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes elaborará o relatório final para o julgamento.

Os depoimentos judiciais são divulgados no canal do STF no YouTube e na TV Justiça ao vivo. O Poder360 também realiza a transmissão no canal deste jornal digital no YouTube (inscreva-se e ative as notificações). No Brasil, o depoimento de réus em ações penais é, por regra, um ato público. Embora a transmissão ao vivo não seja comum, o STF já permitiu acesso de jornalistas e do público em outros casos semelhantes.

Até a terça-feira passada (10 de junho), falaram Mauro Cid, Alexandre Ramagem, o Almir Garnier, Anderson Torres e general Heleno.

Acompanhe os vídeos dos depoimentos dos acusados perante o STF.

Leia reportagens sobre o depoimento de Mauro Cid:

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Fonte por: Poder 360

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