Brasil acompanha a China e diminui exposição em ativos norte-americanos
A participação do financiamento brasileiro na dívida pública dos Estados Unidos reduziu-se de 4,2% para 2,3% em um período de 10 anos.

O Brasil reduzindo sua participação nas compras de títulos da dívida pública dos Estados Unidos. O mercado brasileiro representava 4,2% do total de treasuries estrangeiros em 2014, e a parcela diminuiu para 2,3% em 2024.
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Outro país emergente realizou um movimento semelhante, porém em uma escala mais significativa: a China. A potência asiática diminuiu a cotação dos títulos americanos de 20,2% para 8,8% em um período de 10 anos.
A China continua sendo uma das principais investidoras em títulos, porém tem investido em outros mercados e diversificando sua carteira.
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Os títulos do Tesouro são dívidas públicas dos Estados Unidos emitidos pelo governo federal para financiar as atividades do governo. Eles operam como um investimento, onde os compradores recebem pagamentos de juros em troca.
São investimentos considerados menos voláteis e com influência nas taxas de juros.
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Em termos nominais (em dólares), ambos os países também reduziram sua participação nos títulos. No caso do Brasil, foram US$ 256 bilhões em 2014, diminuindo para US$ 202 bilhões em 2024.
Em 2018, o financiamento brasileiro à dívida norte-americana atingiu o pico de US$ 300 bilhões.
Na China, a queda nominal foi mais significativa. Totalizaram US$ 1,24 trilhão em 2014, reduzindo-se para US$ 759 bilhões em 2024, correspondendo a uma retração de 39%.
Os tesouros em 2025
Nos últimos anos, a China costumava ser o primeiro ou o segundo maior financiador de títulos do Tesouro dos EUA. A situação se alterou em 2025.
A Ásia ocupou a terceira posição no ranking do estoque de papéis em maio de 2025, sendo superada pelo Reino Unido.
O Japão lidera a lista, possuindo US$ 1,14 trilhão nos títulos do Tesouro (12,6% do total). O Brasil ocupa a 14ª posição.
Diversificação de carteira
O economista-chefe da agência classificadora de risco Austin Rating, Alex Agostini, acredita que a diminuição da exposição a títulos estadunidenses por parte de China e Brasil pode ser resultado de uma estratégia de diversificação de investimentos por esses países.
Ele afirma que os investimentos de outros países se tornaram mais atraentes ao longo dos anos — sobretudo após a pandemia de Covid-19.
“Historicamente, o título americano sempre foi visto como um refúgio. No entanto, surgiram outros títulos interessantes. Recentemente, também o Japão e a Europa. Assim, pode haver uma diversificação de carteira,” declarou o especialista ao Poder360.
Em 2025, outra variável pode influenciar os investimentos em títulos do Tesouro: as dúvidas geradas pela definição de tarifas pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).
Ele estabeleceu tarifas sobre importações de diversos países. Contudo, também conseguiu negociar com alguns governos. Esse movimento acarreta volatilidade na economia norte-americana, o que torna os títulos do Tesouro menos atraentes.
Fonte por: Poder 360