Brasil se prepara para a COP-30 em Belém com o Fundo para Florestas Tropicais
O Brasil está investindo fortemente na COP-30, que ocorrerá em Belém (PA) no próximo mês, ao apresentar o Fundo para Florestas Tropicais (Tropical Forests Forever Fund – TFFF) como uma das principais iniciativas do país durante a conferência. Este projeto, considerado a maior ação climática multilateral já liderada por uma nação do Sul Global, visa arrecadar US$ 25 bilhões em doações internacionais para a preservação das florestas tropicais.
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O governo brasileiro já anunciou uma contribuição inicial de US$ 1 bilhão e espera que outros países façam seus anúncios de apoio durante o evento. Entre os potenciais doadores estão Alemanha, Noruega, Reino Unido, França, Emirados Árabes e Estados Unidos, além de negociações com Japão, China e Cingapura.
Meta de arrecadação e beneficiários
Após alcançar a meta inicial de US$ 25 bilhões em doações públicas, o Brasil planeja atrair até US$ 100 bilhões do setor privado por meio da emissão de debêntures verdes. Ao todo, 70 países com florestas tropicais poderão se beneficiar, incluindo Brasil, Colômbia, Gana, Indonésia, Malásia e República do Congo, que estão ativamente envolvidos nas discussões. Peru e Bolívia também demonstraram interesse em participar da iniciativa.
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O fundo reunirá nações das três principais bacias florestais do mundo: Amazônica, do Congo, na África, e do Bornéu, na Ásia.
Objetivos e funcionamento do TFFF
Inspirado no Fundo Amazônia, o TFFF visa remunerar países com base nos resultados obtidos na redução do desmatamento, direcionando recursos para ações de preservação e para as comunidades locais. O modelo prevê pagamentos de US$ 4 por hectare preservado e penalidades de até US$ 400 por hectare desmatado, o que implica que países que excederem seus limites de destruição florestal poderão perder o direito a repasses.
Os recursos do fundo serão investidos em títulos de renda fixa internacionais, priorizando papéis de países emergentes, que oferecem rendimentos mais altos, além de títulos de empresas da Europa e dos Estados Unidos, considerados seguros e rentáveis. A expectativa é de rendimentos entre 7% e 8% ao ano, garantindo um retorno líquido de cerca de 2% a 3% após custos operacionais.
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Administração e supervisão do fundo
O Banco Mundial será o responsável pela administração financeira do fundo, gerenciando os recursos, realizando os pagamentos aos países elegíveis e supervisionando os relatórios de desempenho. Cada nação deverá comprovar, por meio de imagens de satélite, a manutenção de suas áreas florestais e a utilização dos recursos em ações sustentáveis.
Marcos Vinicius Chiliatto, diretor-executivo do Banco Mundial no Brasil, ressaltou a liderança do Brasil na agenda ambiental global. Ele afirmou que “é um bem público global que o Brasil está promovendo, e o Banco Mundial tem muito orgulho de ser parceiro nessa iniciativa”.