O Ministério das Relações Exteriores repudiou, na quarta-feira 21, o ataque do Exército israelense a diplomatas durante uma missão a Jenin, na Cisjordânia ocupada. A visita, da qual participavam representantes do Brasil e de outros países, havia sido organizada pela Autoridade Palestina.
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A diplomacia brasileira declarou que a visita visava evidenciar as dificuldades vivenciadas pela comunidade local, decorrentes das frequentes operações militares israelenses na cidade. O Ministério destacou que Israel, em sua função de potência ocupante, deve respeitar os princípios fundamentais do direito internacional.
O governo brasileiro completou informando que Israel deve suspender suas ações militares na Palestina, considerando o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que entendeu ser ilícita a presença israelense no território palestino ocupado.
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A agência de notícias palestina Wafa informou que a visita contou com a presença de representantes de mais de 20 países, incluindo França, Reino Unido, Espanha, China, Rússia, Turquia e Egito. O evento ocorreu em um contexto de crescente pressão internacional sobre Israel devido à sua ofensiva contínua na Faixa de Gaza.
O Exército israelense justificou o ocorrido alegando que os diplomatas “realizaram um desvio do itinerário aprovado”. Adicionalmente, informou que “os soldados do Exército israelense que operavam na região realizaram disparos de advertência para afastá-los”, expressando pesar pelo “incômodo causado”.
O porta-voz de António Guterres, secretário-geral da ONU, classificou o incidente como “inaceitável”. “Está claro que os diplomatas que estão fazendo o seu trabalho nunca devem ser alvos de disparos, atacados de nenhuma maneira, forma ou maneira”, declarou o porta-voz Stéphane Dujarric.
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A responsável pela diplomacia da União Europeia, a estoniana Kaja Kallas, declarou que “qualquer ameaça à vida de diplomatas é inaceitável”. Itália, França, Portugal, Alemanha e Bélgica convocaram seus respectivos embaixadores em Israel ou trataram da questão diretamente.
O México declarou que exigirá “esclarecimentos” na embaixada de Israel sobre os disparos durante a visita dos diplomatas, incluindo dois mexicanos. O Uruguai também sinalizou que convocaria a embaixadora de Israel e confirmou que seu embaixador fazia parte da delegação em Jenin.
Fonte: Carta Capital