Brasil e China concordam em combater o protecionismo, afirma Lula ao lado de Xi

Lula considerou a relação Brasil-China como “nunca tão necessária” em um cenário global instável, imprevisível e dividido.

13/05/2025 11h41

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, defenderam o multilateralismo e o comércio livre, e destacaram a parceria entre os dois países em face da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos.

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O presidente Lula, ao lado do líder chinês, considerou a relação Brasil-China como “nunca tão necessária” em um cenário global instável, imprevisível e fragmentado.

A China e o Brasil estão comprometidos em articular uma posição conjunta em oposição ao unilateralismo e ao protecionismo. A defesa do multilateralismo é uma tarefa urgente e necessária, afirmou o presidente brasileiro.

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Guerras comerciais não possuem ganhadores. Elas aumentam os preços, prejudicam as economias e afetam negativamente a renda das pessoas mais vulneráveis em todos os países.

O presidente chinês também declarou que ninguém vence uma guerra tarifária e que ambas as partes devem se opor ao protecionismo e a “atos de bullying”, referindo-se, implicitamente, à guerra tarifária imposta pelos Estados Unidos.

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Os Estados Unidos direcionaram principalmente tarifas à China, com valores que atingiram 145%.

Estados Unidos e China concordaram em diminuir temporariamente as tarifas de importação mútua, com os EUA reduzindo impostos adicionais sobre produtos chineses de 145% para 30%, e as taxas chinesas sobre importações americanas caindo de 125% para 10%.

O Brasil já sofreu com tarifas de 10% aplicadas por Estados Unidos em diversos produtos e 25% em aço e alumínio.

Luiz Inácio Lula da Silva se encontra em Pequim para uma viagem oficial de Estado de quatro dias, participando também do Fórum China-CELAC com representantes da América Latina e do Caribe.

A defesa do multilateralismo, que fortaleceu-se após a guerra tarifária americana, também foi destacada na declaração presidencial da visita, divulgada pelo governo brasileiro.

forma clara

As partes trabalharão em conjunto para defender o multilateralismo, assegurar a equidade e a justiça internacionais, além de rejeitar o unilateralismo, o protecionismo e a busca por hegemonia, visando tornar a ordem e o sistema internacionais mais justos e equitativos e promover um mundo multipolar.

O encontro desta terça-feira foi o terceiro entre Lula e Xi desde que o presidente brasileiro assumiu o cargo em janeiro de 2023, evidenciando o fortalecimento das relações entre Brasil e China, principal parceiro comercial do país.

A segunda visita de Lula à China em dois anos viu os dois presidentes acompanharem a assinatura de 20 acordos de cooperação e memorandos de entendimento, complementando os mais de 40 documentos firmados em 2024, durante a visita de Xi Jinping ao Brasil.

Entre os acordos, alguns negociados pelo Brasil há bastante tempo, como a liberação da exportação de Grãos Secos de Destilaria (DDG), um subproduto da produção de etanol de milho utilizado na alimentação de animais, cuja produção tem crescido no Brasil.

Na área agrícola, foram firmados acordos fitossanitários para a exportação de carne de frango, uma área em que o Brasil busca expandir suas vendas para a China.

De acordo com a Reuters, o Brasil detém aproximadamente 45% a 50% do mercado chinês, com os Estados Unidos representando cerca de 30%. Diante da disputa tarifária, o governo brasileiro identifica oportunidades para aumentar sua participação ainda mais.

Os acordos também contemplam a ampliação de um acordo para o lançamento de mais dois satélites para a coleta de imagens destinadas a fins ambientais e agrícolas, além de um projeto de parceria para o intercâmbio de tecnologias na recuperação de áreas degradadas.

Lula declarou, ainda, que dialogou com Xi sobre investimentos em infraestrutura no Brasil e sobre a transição energética.

Uma delegação chinesa realizou uma missão no Brasil para avaliar oportunidades de investimento e o governo brasileiro aguarda o anúncio da participação dos chineses em diversos projetos, notadamente na área de transportes, incluindo ferrovias que conectam o Atlântico ao porto de Chancay, no Peru, construído pela China.

Segundo o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, empresas chinesas devem integrar o consórcio para a construção do túnel entre Santos e Guarujá, um projeto orçado em R$ 6 bilhões.

Brasil pode assumir posição de liderança na transição para um mercado de baixo carbono.

Fonte: CNN Brasil

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