Brasil em Crise: Jogos de Azar Causam R$ 38,8 Bilhões de Perdas
Brasil enfrenta prejuízo de R$ 38,8 bilhões com jogos de azar online, aponta estudo. Análise revela impacto em saúde, desemprego e criminalidade. O estudo, lançado em 2025, compara perdas com programas sociais e aponta para 17,7 milhões de apostadores em risco
Jogos de Azar e Apostas Online: Um Impacto Socioeconômico no Brasil
Os jogos de azar e as apostas online, popularizados pelas “bets”, têm gerado perdas econômicas e sociais significativas no Brasil. Estimativas apontam para um prejuízo anual de R$ 38,8 bilhões, decorrente de danos à sociedade, incluindo suicídios, desemprego, gastos com saúde e afastamento do trabalho.
Este valor, divulgado pelo estudo inédito “A Saúde dos Brasileiros em Jogo”, analisa os efeitos da expansão das apostas online no país. O estudo, realizado em 2025, busca compreender o tamanho do impacto dessas atividades.
O Tamanho das Perdas e Comparativos
Para contextualizar a magnitude do problema, o estudo apresenta um comparativo com programas sociais importantes. O valor de R$ 38,8 bilhões representaria uma expansão de 26% no orçamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida do ano passado, ou 23% a mais no Bolsa Família de 2024.
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O estudo é fruto da parceria entre organizações sem fins lucrativos dedicadas à saúde pública: o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) e a Umane, e da Frente Parlamentar Mista para Promoção da Saúde Mental (FPSM), que reúne quase 200 parlamentares no Congresso Nacional.
Estimativas Detalhadas das Perdas
Os pesquisadores identificaram 17,7 milhões de apostadores em apenas seis meses. Com base em um levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), estima-se que cerca de 12,8 milhões de pessoas estejam em situação de risco com relação a apostas.
O estudo se inspirou em um estudo britânico sobre o efeito dos jogos para projetar o tamanho das perdas diretas e indiretas para o Brasil, chegando aos seguintes números:
- R$ 17 bilhões por mortes adicionais por suicídio
- R$ 10,4 bilhões por perda de qualidade de vida com depressão
- R$ 3 bilhões em tratamentos médicos para depressão
- R$ 2,1 bilhões com seguro-desemprego
- R$ 4,7 bilhões em encarceramento por atividade criminal
- R$ 1,3 bilhão diz respeito à perda de moradia
Impactos e Arrecadação
De um total de R$ 38,8 bilhões, 78,8% (R$ 30,6 bilhões) estão associados a custos ligados à saúde. “Estudos internacionais recentes demonstram a associação entre o transtorno do jogo e o agravamento de quadros de ansiedade, depressão e risco de suicídio”, assinala o documento.
Os pesquisadores afirmam que o crescimento acelerado do setor de apostas online, favorecido pela tecnologia, falta de regulação, ampla exposição midiática e pela ausência de políticas públicas estruturadas, “já apresenta impactos significativos sobre o endividamento das famílias, o aumento dos casos de transtorno do jogo e o agravamento de quadros de sofrimento mental”.
Dados Econômicos e Arrecadação Governamental
O Banco Central (BC) registrou que os brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões às “bets” em 2024 e os beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em “bets” por meio de Pix em agosto de 2025. As “bets” foram legalizadas em 2018, regulamentadas em 2023 e só passaram a pagar volume maior de impostos a partir de 2025.
Até setembro deste ano, a arrecadação com a atividade chegou a R$ 6,8 bilhões, passando para perto de R$ 8 bilhões no mês seguinte. “O contraste entre a arrecadação – ainda que consideremos a projeção anual de R$ 12 bilhões – e o custo anual estimado de R$ 38,8 bilhões revela uma conta que não fecha do ponto de vista do interesse público”, ressalta o texto.
Conclusão: Desafios e Perspectivas
Atualmente, as “bets” são tributadas em 12% sobre a receita bruta. No Senado tramita o Projeto de Lei 5473/2025, que propõe até duplicar a alíquota para 24%. Além disso, os apostadores pagam 15% de Imposto de Renda sobre o prêmio recebido. Os autores criticam que, de todo o valor arrecadado com as “bets”, apenas 1% é direcionado aos cofres do Ministério da Saúde.
Até agosto, o montante efetivamente repassado somava R$ 3 bilhões.
Autor(a):
Redação ZéNewsAi
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