Brasil registra 4 feminicídios diários

O país teve 1.492 casos em 2024; a maioria das vítimas eram negras e foram mortas em residências.

24/07/2025 10h36

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(Imagem de reprodução da internet).

O Brasil contabilizou 1.492 feminicídios em 2024, correspondendo a mulheres mortas diariamente devido ao gênero. Os dados são referentes ao 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apresentado nesta quinta-feira (24.jul.2025), e indicam que os assassinatos de mulheres permanecem em nível elevado, mesmo com as medidas protetivas estabelecidas na legislação.

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Leia o inteiro do anuário (PDF – 16 MB).

De todos os homicídios de mulheres registrados no país, 35,2% foram enquadrados como feminicídio – assassinatos motivados por violência de gênero, caracterizados por relações de afeto, controle, posse ou misoginia. A grande maioria das vítimas foi morta por parceiros ou ex-parceiros (80%), em residências (64,3%) e por homens (97%).

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Perfil das vítimas

A pesquisa indica que 63,6% das mulheres vítimas de homicídio eram negras, e 70,5% tinham idade entre 18 e 44 anos, faixa etária economicamente ativa e de reprodução. Os dados evidenciam que o feminicídio afeta desproporcionalmente mulheres jovens e negras.

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A arma branca foi o principal instrumento empregado nos crimes (34,5%), seguido por objetos contundentes (25,7%) e armas de fogo (23,4%).

Estado falha na prevenção

O relatório indica que 28,3% das mulheres assassinadas em 2024 possuíam medida protetiva de urgência ativa no momento da morte. Os dados demonstram falhas na implementação e no acompanhamento das ações preventivas. Embora mais de 1 milhão de medidas protetivas tenham sido concedidas no ano, apenas 3,6% foram monitoradas por meio de fiscalização eletrônica do agressor.

Em 2024, foram registradas 3.870 tentativas de feminicídio, representando um aumento de 19% em comparação com o ano anterior.

A diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, declara que o feminicídio é “o desfecho extremo de um ciclo de violências naturalizadas e sistematicamente ignoradas pelo poder público”.

Elas foram mulheres que procuraram assistência, relataram casos e, mesmo assim, foram assassinadas. Isso demonstra que o governo não está cumprindo seu papel de proteção.

Fonte por: Poder 360

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