Entre 2023 e 2024, o Brasil apresentou uma notável melhora na redução da pobreza, conforme revelado pela nova edição da Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados indicam que a pobreza diminuiu consistentemente pelo terceiro ano consecutivo, um marco positivo para o país.
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O levantamento demonstra que o Brasil retornou a um patamar mais favorável em relação à pobreza. No entanto, a análise dos dados também destaca a persistência de desigualdades de renda significativas, especialmente entre grupos como negros, pardos, mulheres e trabalhadores informais.
A atenção se volta para essa questão.
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A proporção de brasileiros com renda abaixo da linha de US$ 6,85 PPC por dia (equivalente a aproximadamente R$ 694 mensais) caiu de 27,3% para 23,1%. Na faixa da extrema pobreza – definida por uma renda inferior a US$ 2,15 PPC por dia – houve uma redução ainda mais acentuada, de 4,4% para 3,5%, o que representa cerca de 1,9 milhão de pessoas nessa situação precarizada.
O estudo aponta que a manutenção do Bolsa Família, com valores superiores aos praticados antes da pandemia, foi um fator crucial para o avanço na redução da pobreza. Sem essa medida, a pesquisa alerta, a extrema pobreza teria aumentado para 10% da população, um aumento quase triplo em relação ao índice real (3,5%).
A taxa de pobreza também teria subido de 23,1% para 28,7%.
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A Região Nordeste registrou a maior queda na pobreza, diminuindo de 47,2% para 39,4% da população pobre em um ano (-7,8 p.p.). A Região Sul manteve o menor percentual do país, com 11,2% da população vivendo na pobreza.
Observações importantes revelam que mulheres apresentam uma maior incidência de pobreza (24%) em comparação com homens (22,2%). Além disso, entre a população negra e parda, a proporção de pessoas vivendo na pobreza atinge 25,8% e 29,8%, respectivamente, valores superiores aos observados entre a população branca (15,1%). É relevante notar que, embora esses grupos representem 56,8% da população brasileira, eles compõem 71,3% das pessoas em situação de pobreza no país.
O IBGE reafirma que o Brasil se destaca como um dos países mais desiguais do mundo. Em 2022, a diferença entre os ganhos dos 20% mais ricos e os 20% mais pobres era de 11 vezes, um índice inferior apenas ao da Costa Rica entre os países analisados pela OCDE.
Essa comparação coloca o Brasil à frente de nações como Chile, México, Portugal, Espanha, Itália e França em termos de desigualdade de renda.
