Brasil responde por 75% da produção de SAF na América do Sul, segundo a CNT

O governo brasileiro almeja estimular a competição no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para aviação nos próximos anos, por meio da Lei do Combustível do Futuro.

05/06/2025 3h19

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(Imagem de reprodução da internet).

O Brasil possui potencial para atender a 75% da produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) da América do Sul até 2029. A estimativa decorre de um estudo da CNT Energia no Transporte, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e obtido em exclusividade pela CNN.

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As Plants Brasileiras antecipam iniciar suas operações entre 2026 e 2029. Existem quatro empresas investindo em combustível sustentável para aviação no país.

Existem sete projetos de SAF em desenvolvimento na América do Sul. Além dos quatro projetos brasileiros, há dois iniciativas no Uruguai e um na Colômbia.

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A CNT projeta que as indústrias nacionais atingirão a produção de 900 mil toneladas de combustível anualmente, o que representa 75% da capacidade da área.

O estudo, contudo, aponta que o custo de produção da SAF é elevado e que a escala industrial é restrita. A diretora executiva interina da CNT, Fernanda Rezende, defende que a produção do combustível sustentável de aviação seja subsidiada para evitar que esses fatores elevem os preços das passagens aéreas.

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O custo da combustível na operação de uma companhia aérea representa aproximadamente 40% de todo o custo operacional. O aumento do combustível tende a aumentar o restante da cadeia, o que se refletiria nos preços das passagens aéreas. É necessário um avanço regulatório em subsídios dessa cadeia de produção de SAF para que esse custo não seja repassado para as passagens aéreas, afirmou Fernanda à CNN.

A avaliação da CNT aponta que o Brasil possui um diferencial competitivo em razão de sua vasta oferta de matérias-primas e da diversidade de linhas produtivas de SAF, habilitadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Fernanda Rezende aponta que a SAF com base em óleo vegetal é a tecnologia mais estabelecida no mercado, ainda que o Brasil possua potencial para utilizar resíduos, que são descartados no ambiente, na produção do combustível.

Resíduos urbanos, como lixo, resíduos de produção agrícola, como bagaços de cana, a palha de uma cana e também o óleo de cozinha. Todas essas são fontes energéticas que hoje são descartadas e podem ser aproveitadas para geração de energia.

A Lei do Combustível impulsiona o desenvolvimento da produção de SAFs no Brasil.

A legislação determina que operadores aéreos deverão diminuir as emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos, a partir da utilização de SAF a partir de 2027. As metas iniciam com 1% de redução e aumentam gradualmente até atingir 10% em 2037.

A produção nacional de SAF deverá atender a todo o mercado doméstico de aviação em 2027.

“Reconhecemos o potencial do Brasil para suprir tanto a demanda interna quanto o mercado externo”, declara Fernanda.

A produção global de SAF mais que dobrou em 2024, em relação a 2023, passando de 600 milhões de litros para 1,3 bilhão. Contudo, esse volume corresponde a apenas 0,3% da demanda mundial por querosene de aviação. A previsão para este ano é que a produção global alcance 2,7 bilhões de litros.

Atualmente, existem 19 milhões de toneladas anualmente. As instalações estão concentradas principalmente na América do Norte, Ásia e Europa.

No ano anterior, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) promoveram um edital público para financiar projetos de biorrefinarias. Receberam-se 76 propostas, totalizando R$ 167 bilhões em investimentos potenciais. Deste montante, 43 projetos concentram-se exclusivamente em SAF, correspondendo a R$ 120 bilhões.

Fonte por: CNN Brasil

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