Brasil Posiciona-se como Potencial Fornecedor Global de Minerais Críticos
O Brasil detém a maior reserva de terras raras fora da Ásia e pode se tornar um dos principais fornecedores globais desses minerais, de acordo com um relatório recente do BlackRock Investment Institute. A posição do país está sendo vista como central em uma disputa geopolítica crescente, impulsionada pela demanda por recursos essenciais para a infraestrutura da inteligência artificial (IA) e para a transição energética.
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A gestora de investimentos, BlackRock, destaca que as terras raras são hoje tão estratégicas quanto o lítio e o cobre. Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock, enfatizou que “as terras raras são a ‘prima donna’ dos minerais críticos”, devido ao seu papel fundamental em diversas aplicações industriais e tecnológicas.
A crescente demanda por inteligência artificial tem colocado esses materiais no topo da cadeia de valor industrial e digital, impulsionando o interesse de países com grandes jazidas. A BlackRock alerta para a concentração do acesso a esses recursos como um vetor de risco comercial e estratégico, especialmente nas relações com os Estados Unidos, que buscam fornecedores alternativos.
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Apesar da produção atual do Brasil ainda ser modesta, o país tem atraído cada vez mais a atenção de investidores e governos estrangeiros. O interesse dos Estados Unidos em reduzir a dependência da China coloca o Brasil em uma posição particularmente atraente nesse cenário.
Além da questão energética, as terras raras são consideradas cruciais para a segurança de dados, a resiliência das cadeias de suprimentos, a defesa e a segurança nacional, ampliando seu valor estratégico no contexto atual. A BlackRock enxerga nas terras raras um componente central da infraestrutura da IA.
Existe uma janela de oportunidade para o Brasil transformar suas reservas em um ativo geopolítico e industrial, mas o desafio reside em superar obstáculos regulatórios e tecnológicos a tempo de ocupar uma posição relevante na nova geografia dos minerais críticos.
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A BlackRock permanece com uma visão pró-risco, considerando a IA como o principal motor das ações dos EUA e uma “mega força” que está transformando a economia global e os mercados financeiros.
A implantação da IA e as decisões de investimento em IA no nível das empresas, como a compra de chips e microprocessadores, estão tendo implicações em fatores macroeconômicos, segundo o especialista.
