BRICS criticam Trump e Israel após reunião de ministros no Rio
29/04/2025 às 17h45

A reunião de chanceleres dos BRICS no Rio de Janeiro encerrou com críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e às ações de Israel na Faixa de Gaza. O encontro de ministros das Relações Exteriores do bloco ocorreu nos dias 28 e 29 de abril.
Após o evento, foi divulgada uma declaração conjunta pela Presidência do BRICS, que passa a ser da responsabilidade do governo brasileiro a partir de 1º de janeiro de 2025.
Os representantes dos onze países que integram o bloco reiteraram a cooperação política, econômica e cultural dos BRICS, em um documento com 62 pontos. Além disso, discutiram a recente guerra tarifária de Trump e os acontecimentos no Oriente Médio.
Preocupação com a tarifação de Trump.
A declaração final da reunião indica que os ministros expressaram sérias preocupações com o aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, incluindo o aumento indiscriminado de medidas tarifárias e não tarifárias.
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Os ministros enfatizaram a relevância do emprego expandido de moedas locais nas remessas comerciais e financeiras entre os países do bloco. O emprego de uma moeda diferente do dólar é uma das principais prioridades da Presidência Brasileira.
Críticas aos atos de Israel
Além da ofensiva tarifária de Trump, os ministros dos BRICS condenaram o “deslocamento forçado” na Faixa de Gaza, causado por tropas israelenses, bem como os planos para a “imposição de Israel sobre a Cisjordânia ocupada”. Eles ainda defenderam que uma solução para o conflito no enclave está na solução de dois Estados, e solicitaram que as partes envolvidas na guerra retomem os esforços para discussões de paz.
Os chanceleres dos Brics lamentaram o fim do cessar-fogo de 15 de janeiro e solicitaram que as partes cumprissem seus compromissos. Eles instaram as partes a negociarem de boa-fé para alcançar o fim das hostilidades, a retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns e detidos, em conformidade com o direito internacional, além de facilitar o acesso irrestrito à ajuda humanitária.
Apesar de mencionar a guerra na Faixa de Gaza e outros conflitos globais, o conflito na Ucrânia, envolvendo um dos países membros do grupo Brics, foi citado em apenas um dos 62 itens da declaração.
Os ministros afirmaram ter revisado suas posições sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia e expressaram otimismo de que os esforços em curso levem a um acordo de paz duradouro.
Fonte: Metrópoles