Relação entre SpaceX e Nasa em Crise

A parceria de mais de cinco anos entre a SpaceX e a Nasa enfrenta dificuldades. A agência espacial dos Estados Unidos informou que a empresa de Elon Musk está atrasada nas entregas necessárias para a missão de retorno à Lua.

Na segunda-feira, 20, Sean Duffy, secretário de Transportes e administrador interino da Nasa, declarou que a agência “não irá esperar por uma empresa”. Ele ressaltou que a SpaceX está “atrasada” na missão Artemis III/IV, o que pode prejudicar os EUA na corrida espacial contra a China.

A pressão por resultados levou a Nasa a reabrir oficialmente o contrato da missão Artemis III, anteriormente concedido à SpaceX. A agência busca acelerar a missão que deve levar astronautas à Lua até o final da década.

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Duffy afirmou que “a Nasa está comprometida em garantir uma presença americana na Lua antes de 2029”, alinhando-se ao fim do atual mandato presidencial de Donald Trump. A nave Starship da SpaceX, que enfrenta falhas em testes recentes, ainda não demonstrou a capacidade de abastecimento em órbita, um requisito essencial para a missão.

Pressão Geopolítica e Concorrência com a China

A reabertura do contrato da Artemis III ocorre em um contexto de forte pressão geopolítica. Com a China acelerando sua própria missão lunar tripulada para antes de 2030, os EUA veem essa corrida como uma questão de prestígio e liderança tecnológica.

Duffy destacou que “a questão não é mais se vamos voltar à Lua, mas quando e com quem”. Nesse novo cenário, a Nasa considera aumentar o número de empresas contratadas por missão, visando aumentar a frequência de lançamentos e garantir redundância operacional.

A estratégia inclui a análise de propostas até 29 de outubro, com a possibilidade de novos contratos para missões em andamento, como a Artemis IV, e futuras iniciativas.

Blue Origin em Ascensão

A Blue Origin, enquanto a SpaceX enfrenta atrasos, tem consolidado sua posição no programa Artemis da Nasa com contratos estratégicos que a colocam no centro das ambições lunares dos EUA.

Em 2023, a empresa firmou um contrato de US$ 3,4 bilhões com a Nasa para desenvolver o módulo de pouso tripulado Blue Moon, que será utilizado na missão Artemis V, prevista para 2029. Essa missão levará astronautas ao polo sul da Lua para atividades científicas de longa duração.

O contrato abrange o design, desenvolvimento e testes do sistema de pouso, além de uma missão de demonstração não tripulada antes do voo oficial. O Blue Moon será acoplado à estação orbital Gateway, onde os astronautas farão a transição para o módulo antes de descer à superfície lunar.

Para executar o projeto, a Blue Origin formou um consórcio com empresas como Lockheed Martin, Boeing, Draper e Astrobotic Technology, além da Honeybee Robotics, responsável pelos sistemas de carga.

Competição entre Musk e Bezos

A rivalidade entre Elon Musk e Jeff Bezos não é recente. Desde a fundação de suas empresas espaciais no início dos anos 2000, a Blue Origin e a SpaceX têm disputado tecnologia, patentes e decisões judiciais.

Em 2021, quando a Nasa escolheu a SpaceX para a Artemis III, Bezos protestou formalmente e até entrou com uma ação judicial, alegando favorecimento à concorrente. O caso foi arquivado, e a SpaceX continuou seus trabalhos, que agora enfrentam atrasos significativos.

Enquanto isso, a Blue Origin avança discretamente, ampliando sua estrutura e programando o primeiro lançamento do foguete New Glenn para >

2025. Analistas acreditam que isso pode torná-la uma fornecedora mais confiável aos olhos da Nasa.

A tensão entre os bilionários é crucial para o futuro espacial dos EUA. Ambos lideram empresas com contratos bilionários com a Nasa e ambições de colonização lunar e marciana. A SpaceX ainda se destaca em lançamentos e no desenvolvimento de tecnologias como o Starship, enquanto a Blue Origin aposta na robustez industrial e parcerias com gigantes da engenharia.