O Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) iniciou uma investigação preliminar para verificar se Bruno Henrique, do Flamengo, esteve envolvido em um esquema de apostas em competições com cavalos. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) solicitou à Polícia Federal (PF) a coleta de dados para avaliar a instauração de um novo inquérito. A PF identificou conversas de WhatsApp de outubro de 2023 entre Bruno Henrique e o irmão Wander. Nas mensagens, o atleta declara que transferiria R$ 10 mil via Pix para um “negócio de aposta”. O jogador adverte que Wander não poderia realizar a operação devido a eles terem “o mesmo nome”. Minutos depois, o atacante rubro-negro escreve, em duas mensagens distintas: “Deu. Lajinha”. A referência seria a Rodrigo Laja, que teria participado do suposto esquema.
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Wander pergunta a Bruno Henrique se ele estaria apostando em “vitória ou cartão”. O jogador responde que se trata de “parada de cavalo” e ainda diz que a operação seria “muito pesada” para o irmão também participar. O familiar então pergunta se o jogador pode “tomar um cartão hoje”, e o atleta nega dizendo “tenho 1 já”. “Por essa razão, considerando que esse outro evento, cujos contornos delitivos se entremeçam, merece o devido aprofundamento, este órgão ministerial demandou a realização das sobreditas diligências preliminares de apuração, visando reunir novos dados a respeito de possíveis novos crimes, para, se for o caso, serem mais bem perscrutados no bojo de um inquérito policial próprio”, diz o MP-DF.
Bruno Henrique foi denunciado pela Promotoria do Distrito Federal por estelionato e fraude esportiva. A ação decorre de investigações que indicam que o atleta provocou um cartão amarelo aos 50 minutos da segunda etapa do jogo do Campeonato Brasileiro de 2023 contra o Santos, visando um esquema de manipulação de apostas online em benefício de familiares.
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A defesa do atleta sustenta que a acusação é totalmente infundada e desprovida de mérito, considerando que foi apresentada na mesma data em que Bruno Henrique foi incluído na lista de relacionados do Flamengo para a disputa do Mundial de Clubes. Embora a ação do órgão ministerial seja oportunista, a defesa esclarece que as alegações indevidas serão contestadas e refutadas no processo. O clube carioca, por sua vez, não se manifestou até o momento.
Além do jogador do Flamengo, outras oito pessoas também foram denunciadas. Entre elas, primos e o próprio irmão Wander Pinto Júnior, que foi avisado sobre a intenção do jogador sofrer a punição de maneira deliberada para favorecer os apostadores. Wander apostou R$ 380,86 e recebeu R$ 1.180,67. Sua esposa, cunhada do jogador, teria apostado em duas plataformas distintos os valores de R$ 380,86 e R$ 500,00, e recebido, respectivamente, R$ 1.180,67 e R$ 1.425,00 de retorno. A prima do atleta também apostou R$ 380,86 e recebeu de volta a mesma quantia do irmão. A pena para o crime de fraudar competição ou evento esportivo, prevista no art. 200 da Lei Geral do Esporte, é de dois a seis anos de prisão. A de estelionato, de um a cinco anos de reclusão. Para o MP-DF, houve associação criminosa do grupo.
A Justiça do Distrito Federal decidirá se aceita ou não a denúncia. Se isso acontecer, Bruno Henrique se tornará réu e, então, a ação penal tramitará no Judiciário até que haja um julgamento, sem prazo definido. O jogador tentou, nas últimas semanas, o arquivamento do processo. A defesa do atleta protocolou petição à 7ª Vara Criminal sob o argumento de que a conduta atribuída a Bruno Henrique não é compatível com as acusações apresentadas no inquérito.
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Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias
Fonte por: Jovem Pan