As fotos de cachorros com pelagem azul, que viralizaram na internet em outubro, foram divulgadas pela organização Clean Future Fund (CFF) como parte do programa Dogs of Chernobyl. Inicialmente, surgiram muitas especulações sobre a origem da coloração, incluindo a possibilidade de as imagens serem falsas.

A CFF esclareceu que as fotos são autênticas, tendo sido tiradas em 6 de outubro.

A Explicação Científica

A explicação para a coloração azul dos cães veio de uma fonte inesperada: um banheiro químico abandonado. Segundo o PhD Thimothy Mousseau, consultor científico da CFF e da University of South Carolina, os cães simplesmente rolaram na sujeira do banheiro, um comportamento comum entre cães, assim como acontece com a areia de gato.

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A coloração azul era, portanto, um sinal de que os animais não estavam mantendo uma boa higiene. Como muitos cães comem tudo o que encontram, incluindo fezes, a pelagem ficou suja, e não houve alteração genética causada pela radiação.

Resistência ao Câncer: Uma Falácia

Outra crença popular era que os cães de Chernobyl possuíam resistência ao câncer. No entanto, o estudo de Mousseau desmistificou essa ideia. Ele explicou que não há evidências de que os cães apresentem taxas de câncer diferentes das encontradas em cães de outras regiões.

Mousseau ressaltou que, em áreas altamente contaminadas, a radiação geralmente causa efeitos negativos na saúde dos animais. Em contrapartida, áreas menos contaminadas apresentam fauna e flora relativamente saudáveis, e alguns animais, como lobos, se saem melhor devido à menor pressão da caça.

A Idade dos Bichos e a Expectativa de Vida

O biólogo também abordou a questão da expectativa de vida dos cães de Chernobyl. Ele explicou que, nas condições adversas da região, a expectativa de vida dos animais domesticados, como cães, é menor.

“Ao contrário do que afirmam algumas reportagens, os cães de Chernobyl não apresentam aumento nem redução nas taxas de câncer”, disse Mousseau. “A verdade é que cânceres são geralmente doenças da velhice (em cães e humanos), e a maioria dos cães, nas condições duras da região, não vive o suficiente para desenvolvê-los.”