Caixa e Direcional enfrentam problemas em obras no programa Minha Casa, Minha Vida

A falta de contrapiso na construção de um residencial popular em Goiânia foi identificada por fissuras e azulejos quebrados. A informação levou à apresentação de uma ação pelo Ministério Público Federal.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O Ministério Público Federal (MPF) moveu ação civil pública contra a Caixa Econômica Federal e a Direcional Engenharia, buscando responsabilização por falhas graves na construção de um empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Construído para auxiliar indivíduos em situação de vulnerabilidade social no bairro Vera Cruz, região Oeste de Goiânia, o complexo denominado Nelson Mandela iniciou problemas após as unidades terem sido entregues.

A construtora, ao ser questionada pelo MPF sobre fissuras em áreas comuns e unidades habitacionais do complexo, alegou que a causa do problema era a falta de contrapiso na estrutura do edifício.

LEIA TAMBÉM!

O laudo aponta que as falhas comprometem as condições de moradia, a longevidade e a segurança das residências entregues às famílias de baixa renda. Adicionalmente, o contrapiso é um dos requisitos mínimos nas especificações do programa Minha Casa, Minha Vida.

Visualize os relatórios técnicos.

O MPF ressalta, na ação, que a Caixa financiou o empreendimento e também atuou como gestor e executor do programa habitacional, sendo corresponsável pela fiscalização da qualidade da execução das obras. Já a Direcional Engenharia, responsável pela construção, é apontada como diretamente responsável pelos defeitos estruturais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A procuradora da República signatária da ação, Mariane Mello, declara que as falhas estruturais impactam diretamente o direito à moradia digna, assegurado pela Constituição Federal e fundamental para o programa Minha Casa, Minha Vida.

As famílias que vivem no Residencial Nelson Mandela V, em situação de vulnerabilidade social, sofrem prejuízos materiais e emocionais devido aos problemas na construção, incluindo risco de segurança física, desvalorização dos imóveis e dificuldades para realizar reparos.

A acusação pede a condenação solidária da Caixa e da Direcional Engenharia para a reparação integral dos problemas na construção, além do pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 500 mil, em razão do impacto social da falha e da coletividade atingida.

Solicitou-se a implementação de ações corretivas para assegurar que projetos subsequentes considerem adequadamente todos os elementos técnicos indispensáveis, incluindo a execução de contrapiso sob pisos cerâmicos.

A acusação busca não apenas a reparação material e moral dos danos, mas também a prevenção de novos prejuízos às demais famílias beneficiadas por programas habitacionais públicos. O processo está em andamento na 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Estado de Goiás.

Caixa e Direcional Engenharia ainda não se pronunciaram sobre o tema. O assunto permanece em aberto para manifestações.

Fonte: Metrópoles

Sair da versão mobile