Caixas contendo materiais associados ao regime nazista são encontradas na Suprema Corte argentina

Durante obras para a criação de um museu, foram descobertas mais de 80 caixas com materiais apreendidos na Segunda Guerra Mundial em um arquivo.

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(Imagem de reprodução da internet).

A Suprema Corte de Justiça da Argentina encontrou, em seus arquivos, 83 caixas com documentação relacionada ao nazismo, produzidas a partir de 1941. O achado ocorreu durante atividades preparatórias para a criação de um museu do tribunal, conforme divulgado na segunda-feira (12.mai.2025) por uma autoridade judicial, citada pela Associated Press.

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O presidente da Corte, Horácio Rosatti, determinou a preservação imediata do material após sua identificação e ordenou uma análise minuciosa do conteúdo.

Funcionários que analisavam a documentação para o novo museu identificaram que o material estava destinado a consolidar e propagar a ideologia de Adolf Hitler na Argentina, durante a 2ª Guerra Mundial.

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A informação foi divulgada posteriormente, após a identificação das caixas, que ocorreu dias anteriores. Na sexta-feira (9 de maio), houve uma cerimônia oficial de abertura no Palácio de Tribunais, situado na região central de Buenos Aires.

As caixas chegaram a Buenos Aires, em 20 de junho de 1941, a bordo do navio japonês Nan-a-Maru, transportando 83 volumes enviados pela embaixada alemã em Tóquio.

Os representantes diplomáticos alemães na Argentina solicitaram o livre trânsito desse material, alegando que se tratava de bens pessoais, porém a Divisão de Aduanas e Portos negou o pedido.

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A Chancelaria argentina solicitou, então, a intervenção da Comissão Especial Investigadora das Atividades Anti-Argentinas, que atuava em conjunto à Câmara dos Deputados de 1941 a 1943. A preocupação era que os documentos pudessem conter informações que comprometesse a neutralidade da Argentina durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Em 8 de agosto de 1941, membros da Aduana, da Chancelaria e da Comissão abriram aleatoriamente cinco caixas. Os itens encontrados incluíam postais, fotografias e material de propaganda do regime alemão, além de cadernos pertencentes à Organização do Partido Nacional-Socialista Operário Alemão no exterior e à União Alemã de Grêmios.

A diplomacia alemã solicitou insistentemente a devolução dos pacotes para reenvio à embaixada em Tóquio. A situação culminou em um processo judicial que resultou no confisco das encomendas em 13 de setembro de 1941.

O conteúdo total de todas as caixas ainda não é conhecido, visto que apenas algumas foram acessadas inicialmente. A análise detalhada do material recém-descoberto está em curso.

Marcelo Mindlin, presidente do Museu do Holocausto de Buenos Aires, citado para participar da pesquisa, espera que o estudo contribua para a identificação de novos elementos das ações nazistas no país.

“Uma das funções do museu é relacionar a história do Holocausto e do nazismo em nosso país, e estes objetos podem nos oferecer a oportunidade de aprofundar o que já conhecemos e revelar novos detalhes”, declarou Mindlin, conforme reportado pela AP.

Na cerimônia oficial de abertura das caixas, compareceram o Grande Rabino da AMIA, Eliahu Hamra; o diretor executivo do Museu do Holocausto de Buenos Aires, Jonathan Karszenbaum; e a pesquisadora Marcia Ras, do museu da Corte Suprema, que está em desenvolvimento.

As imagens divulgadas:

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Fonte: Poder 360

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