Câmara aprova reajuste de 2,6% para servidores em primeira votação
Aprovado em segunda discussão, o projeto deve ser encaminhado à sanção do prefeito Ricardo Nunes.

São Paulo – Em sessão tensa nesta quarta-feira (23/4), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeiro turno o reajuste de 2,6% para os servidores municipais. A proposta do prefeito Ricardo Nunes (MDB) ainda prevê outro aumento de 2,55% em maio de 2026. Houve 31 votos a favor e 15 votos contrários.
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O texto necessita de aprovação em segunda discussão para ser enviado à sanção do prefeito.
A proposta salarial do Executivo gerou reação dos sindicatos das categorias do funcionalismo municipal e vereadores da oposição, que a rejeitaram, argumentando que não contempla a inflação acumulada nos últimos 12 meses. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) Fipe, que mensurou a variação de preços no município, apresentou um aumento de 5,16% entre março de 2024 e março de 2025.
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Os servidores acompanharam, na última semana, a categoria dos professores municipais e também entraram em greve durante a campanha salarial. Na quarta-feira, as entidades realizaram uma manifestação em frente à Câmara Municipal, durante a sessão plenária.
Os servidores municipais também protestam devido ao reajuste do funcionalismo vinculado à Câmara Municipal e ao Tribunal de Contas do Município, aprovado pelos vereadores com aumento percentual de 4,5%. Para eles, a diferença no reajuste desrespeita a equidade entre as categorias. “Não é possível que tenhamos duas classes de servidores”, protestou Celso Giannazi (PSol).
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Ademais, os vereadores avaliaram duas emendas propostas pela vereadora Janina Paschoal (PP), uma para adiantar o pagamento da segunda parte do aumento para novembro e outra para quitar integralmente o vale alimentação em 2024. Ambas foram rejeitadas.
Para o segundo turno, a oposição pretende apresentar um projeto substitutivo com uma proposta de 12% de reajuste, o percentual solicitado pelos sindicatos. A aprovação ou rejeição do substitutivo cabe à mesa diretora.
Reunião agitada.
Para aprovar o projeto na primeira discussão, a base governista utilizou o instrumento das comissões do congresso, mediante a aprovação conjunta em todas as comissões pelas quais o texto deveria passar antes de ser levado à plenária.
A sessão registrou momentos de tensão e discussões acaloradas entre parlamentares de diferentes espectros ideológicos. Em certo momento, o vereador Celso Giannazi acusou a vereadora Zoe Martinez (PL) de ter proferido xingamentos contra funcionários e solicitou a interrupção da reunião para análise das imagens. Zoe respondeu ao microfone, afirmando que havia retractado sua fala.
Opositores e sindicalistas presentes na sessão do plenário também manifestaram sua discordância em relação às declarações de Lucas Pavanato (PL) e Rubinho Nunes (União) após os dois classificarem a greve de servidores como “vagabundagem” e sugerirem que certos professores ministram aulas sob influência de substâncias.
Posteriormente, após o pronunciamento de Amanda Vettorazzo (União) em apoio ao reajuste defendido pela prefeitura e contra a greve dos servidores, a vereadora Keit Lima (PSol) interrompeu a sessão para confrontá-la. Nesse instante, as duas parlamentares trocaram acusações de forma mais veemente, sendo separadas por outros vereadores.
Teixeira interrompeu a sessão na galeria, devido ao caos, e solicitou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) removesse os participantes do local. A medida provocou manifestações de parlamentares do PSol e do PT.
A prefeitura declarou…
A Prefeitura de São Paulo declarou que o aumento de 5,2% preserva a valorização da carreira funcional.
A administração alegou que as gestões anteriores propunham apenas uma correção simbólica de 0,01% ao ano, o que não ocorre desde 2023. O chamado reajuste simbólico ocorria quando os prefeitos negociavam as correções salariais de cada categoria de forma isolada, o que era criticado por alguns sindicatos devido às desigualdades entre as áreas.
Fonte: Metrópoles