Campos Neto afirmou que 2023 superou as expectativas e que o crescimento do país foi surpreendente
05/12/2023 às 15h45
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o ano de 2023 superou as expectativas de forma positiva. Ele destacou um crescimento econômico surpreendente e mencionou que a situação atual do país permite manter o corte de meio ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic.
“2023 foi um ano bem melhor do que o esperado. Tínhamos projeções de crescimento de 0,5% e eu tive que escutar várias vezes ao longo do ano que o crédito iria colapsar, que os juros iriam fazer as empresas quebrarem e o desemprego iria subir. Não aconteceu nada disso”, afirmou em reunião na Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), nesta terça-feira (5).
“O crédito está em alta, em bom estado, e o crescimento está acima de 2,5%, talvez um pouco mais. O mais importante na política monetária não são apenas as taxas de juros em si, mas sim a confiança que elas geram”, disse Campos Neto.
O presidente do BC não mencionou os dados do PIB divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, mas afirmou que foi um bom ano, com surpresas positivas no crescimento, desemprego e inflação.
Campos Neto também afirmou que a inflação no Brasil, que nos últimos 12 meses está em 4,82%, é melhor em comparação com outros países. Isso ajuda o Banco Central a continuar reduzindo a taxa de juros básica.
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“O Brasil tem uma convergência de inflação melhor que muitos países. Inclusive, a nossa inflação de serviços está abaixo dos EUA, pela primeira vez em muitos anos, o que abre espaço para o Banco Central cair juros e continuar perseguindo essa convergência”, afirmou.
Reduza em 0,5 ponto percentual
Campos Neto também afirmou que o ritmo de corte em 50 pontos é “apropriado”. No entanto, de acordo com o banqueiro central, a conjuntura do país e do mundo poderá mudar as perspectivas.
“O que estamos observando nas comunicações é que essa redução de 50 pontos parece ser adequada. Ainda teremos uma próxima reunião do Copom, e é claro que tudo pode mudar. Desde a última reunião do Copom, tivemos algumas mudanças a nível global, como uma possível desaceleração da inflação global e os números econômicos nos Estados Unidos. Em relação à economia local, ela está caminhando para o resultado esperado. Por enquanto, ainda temos espaço para continuar desse jeito. Porém, existem muitas incertezas em termos geopolíticos, no cenário global e nas eleições em países importantes.”
“O BC está sendo prudente ao adotar essa postura e acreditamos que 0,5 é a melhor decisão. Ainda não vencemos a batalha e é importante perseverar. A parte mais desafiadora da corrida é a reta final, mas se não correr a última milha, não conseguiremos chegar na linha de chegada”, enfatizou.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre nos dias 12 e 13 de dezembro.