Campus Party lança laboratório de robótica avançada gratuito em Salvador

O Instituto Campus Party (ICP) lançou em Salvador seu primeiro laboratório de robótica avançada. A empreitada é em colaboração com a Algetec e o Goethe-Institut Salvador-Bahia. Instalado no ambiente criativo do KreativLab, o novo polo do programa Include combina alta tecnologia, cultura maker e educação gratuita. O espaço é direcionado para crianças e jovens de 8 a 18 anos.

O laboratório atua como um centro de inovação. Ele combina prática pedagógica em robótica, inteligência artificial, eletrônica e prototipagem digital. Adicionalmente, as ações são conduzidas fora do horário escolar e visam aprimorar competências técnicas, raciocínio crítico e criatividade.

O projeto visa promover o acesso à tecnologia em um dos centros urbanos mais desiguais do país.

A comunidade da Gamboa de Baixo participa do projeto.

Doze jovens da comunidade pesqueira da Gamboa de Baixo, situada no Centro Antigo de Salvador, participam das quatro turmas iniciais, cada uma com 15 alunos.

A participação desses jovens fortalece o compromisso do Include com a democratização da educação tecnológica. O projeto prioriza áreas tradicionais e comunidades com pouca oferta de oportunidades educacionais.

Conforme Sidiane Zanin, diretora do Instituto Campus Party, “o Include tem desempenhado um papel central na transformação social”. Ela declara que, ao promover a iniciativa em Salvador, o programa expande sua atuação na Bahia e reforça seu compromisso com a inclusão digital.

Laboratório inclui impressora 3D, realidade virtual e estúdio de podcast.

O espaço disponibiliza uma estrutura abrangente de ensino, incluindo impressoras 3D de resina, cortadora a laser e máquina CNC Router para marcenaria.

Os alunos dispõem de óculos de realidade virtual e aumentada, drones com mapeamento 3D e câmera 360 graus. Duas lousas interativas e um dispositivo de imersão sonora Sonic Chair também fazem parte do ambiente.

O laboratório disponibiliza também um estúdio de podcast completo, kits de robótica voltados para competições e um laboratório de eletrônica totalmente equipado. O ambiente compreende uma área de lazer, espaço de convivência e um acervo literário focado em ciência e tecnologia.

Essa combinação forma um ecossistema de aprendizado que une conhecimento, criatividade e colaboração.

A participação ativa em competições potencializa os resultados pedagógicos.

O impacto do Include em Salvador já é reconhecido em âmbito nacional. Na última edição da Olimpíada Brasileira de Robótica, os alunos do laboratório desenvolveram um robô com plataforma Arduino. O projeto garantiu à equipe o Prêmio de Design.

O reconhecimento evidencia o potencial criativo e técnico dos jovens que participaram do programa, demonstrando como a inclusão tecnológica pode identificar talentos aptos a competirem em projetos e competições de relevância.

Educação crítica e atenta à diversidade.

Para Ute Engelke, coordenadora do KreativLab, “a inteligência artificial impacta todas as esferas da nossa vida: da arte à política, da educação ao convívio social”. Segundo ela, a formação oferecida pelo Include vai além do conteúdo técnico. O objetivo é ampliar o acesso à mídia e à IA desde cedo, de forma ética e culturalmente sensível.

Os estudantes, em sala de aula, elaboram projetos que envolvem sensores, motores e softwares. Além disso, aprendem a aplicar plataformas de inteligência artificial na produção de jogos interativos.

Assim, o programa promove não apenas competências técnicas, mas também uma compreensão crítica das tecnologias e do seu papel na sociedade.

A colaboração com a Algetec expande o alcance e o padrão.

A participação da Algetec na iniciativa amplia o escopo do projeto. Segundo Vinícius Dias, diretor da Unidade de Negócio da empresa, “a tecnologia é uma ferramenta poderosa para transformar realidades”. Ele declara que, ao apoiar o Include em Salvador, a Algetec reforça seu compromisso com uma educação de qualidade.

Busca-se desenvolver jovens líderes em suas comunidades. Na unidade do Nordeste de Amaralina, por exemplo, 53,4% dos estudantes são pardos e 41,3% negros. Ademais, 46% das famílias vivem com até um salário mínimo. Esses dados ilustram o impacto direto da iniciativa na promoção da equidade e da inclusão social.

Um ecossistema de educação tecnológica em expansão.

O laboratório transcende a função de um simples espaço de formação, estando vinculado a um movimento nacional impulsionado pelo Instituto Campus Party. Desde 2018, o Include já implementou mais de 80 laboratórios em 59 cidades de sete estados. Em todo o Brasil, foram oferecidas mais de 20 mil vagas gratuitas.

Na Bahia, o programa estabeleceu unidades em Canudos, Lauro de Freitas, Pernambuco, Bairro da Paz, Alagoinhas (na UNEB) e no Nordeste de Amaralina. Cada laboratório registra mais de 800 horas de atividades e promove o acesso de jovens à tecnologia e à formação digital de qualidade.

Fonte: Carta Capital