Candidato de centro lidera em eleições na Romênia, superando a ultradireita

O prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, com orientação de centro, obteve uma pequena vantagem sobre o eurocético de extrema-direita George Simion, de acordo com uma pesquisa de opinião realizada nesta sexta-feira (16), antecedendo o segundo turno da eleição presidencial romena de domingo, considerada um teste da ascensão do nacionalismo no estilo de Donald Trump na União Europeia.

Simion, que se opôs à ajuda militar do vizinho Ucrânia e criticou a liderança da UE, obteve uma vitória decisiva no primeiro turno da eleição presidencial de 4 de maio, provocando a queda de um governo de coalizão pró-ocidental que resultou em uma saída considerável de capital.

A vitória de Simion no segundo turno de domingo poderia isolar a Romênia, enfraquecer o investimento privado e desestabilizar o flanco oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de acordo com diplomatas e analistas.

Dan, que se comprometeu a combater a corrupção, é firmemente a favor da UE e da OTAN, e declarou que o apoio da Romênia à Ucrânia é vital para sua própria segurança contra a crescente ameaça russa.

Uma pesquisa da AtlasIntel, realizada sob encomenda do site de notícias local HotNews.ro, indicou que Dan conquistaria 48,7% dos votos, em comparação com 47,8% de Simion. Adicionalmente, 1,8% dos entrevistados declararam intenção de anular seus votos, e 1,7% dos eleitores se mostraram indecisos.

Uma pesquisa com 5.628 participantes, conduzida entre 13 e 15 de maio, apresentou uma margem de erro de 1%, indicando uma competição bastante intensa. Adicionalmente, a pesquisa contemplou o significativo voto do eleitorado no exterior, que apoiou robustamente Simion na primeira rodada.

A votação no exterior já começou e cerca de 180 mil romenos já votaram, quase o dobro do comparecimento nessa etapa no primeiro turno. Uma pesquisa da AtlasIntel no início desta semana mostrou Dan e Simion empatados.

Mudança para a Rússia

A Romênia aparentava estar preparada para se aproximar de Moscou após a vitória do recém-eleito Calin Georgescu, de extrema-direita, no primeiro turno das eleições presidenciais em novembro. Contudo, o tribunal superior do país anulou a eleição devido a suspeitas de interferência russa, o que Moscou negou.

Simion, que obteve a quarta posição na votação cancelada, apoiou Georgescu — que foi impedido de se candidatar novamente — e o tornou seu substituto. Ele declarou que o nomearia como primeiro-ministro.

Na noite de sexta-feira, Georgescu afirmou que a estação de televisão privada Realitatea desejava o cargo e propôs uma abertura em relação à Rússia.

“Temos um plano muito detalhado para recuperar tudo o que a UE nos deve”, disse ele, ao lado de Simion. “Vamos dobrar, triplicar a absorção de fundos (da UE).”

É necessário se adequar às relações com as grandes potências. Os Estados Unidos são os primeiros, o principal parceiro em tudo. No entanto, além disso… possuímos a China, a Rússia, o Brasil. É inaudito ter relações antagônicas; é preciso ter relações baseadas em um mínimo de respeito.

Georgescu, que afirma ser a favor de nacionalizações e tratamento preferencial para empresas romenas, está sendo investigado criminalmente sob a acusação de pertencer a um grupo fascista e de irregularidades no financiamento de campanhas.

Fonte: CNN Brasil