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Cantor preso: raio-x mostra que dentista queimada foi baleada no rosto


Cantor preso: raio-x mostra que dentista queimada foi baleada no rosto
(Foto Reprodução da Internet)

Uma radiografia do corpo de Bruna Viviane Angleri, de 40 anos, em São Paulo, mostrou que ela foi baleada no rosto antes de seu corpo ser queimado no interior do estado. João Vitor Malachias, 40, ex-namorado da vítima e cantor sertanejo, está temporariamente preso como suspeito de feminicídio.

O corpo de Bruna foi encontrado na manhã de 27 de setembro em sua cama, na casa em que ela morava em Araras, a aproximadamente 170 quilômetros de São Paulo. Os exames foram realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) e as imagens estão no relatório da investigação da Polícia Civil, que foi obtido pelo Metrópoles. O caso está sob segredo de Justiça.

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Um médico legista removeu pedaços de bala do rosto de um dentista que foi queimado.

Mesmo com o cadáver parcialmente queimado, o médico legista identificou, quando ainda estava no local do assassinato, “severas lesões” no rosto e diversos hematomas na vítima. Ao realizar raio-x e tomografia, o profissional descobriu estilhaços de projétil de arma de fogo, localizados na face da dentista, que foram removidos.

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Fotos da cena do crime mostram que só o lado da cama em que Bruna foi encontrada estava destruído pelas chamas. Segundo a investigação, não havia “nenhum elemento que possa dar indicativo que ocorreu algum curto-circuito” ou “vestígio de incêndio meramente acidental” no cômodo.

No relatório, constatamos que as marcas de fogo no corpo de Bruna indicam que alguém tentou esconder a verdadeira causa da morte, dentro do quarto onde a vítima estava.

“Neste cenário, sem prejuízo da vinda dos laudos posteriormente, há prova da materialidade do delito de homicídio, que foi praticado com crueldade, com emprego de fogo, provavelmente após tortura e sem chances de defesa para a vítima.”

As câmeras de segurança.

O cantor sertanejo João Vittor é o principal suspeito do assassinato, pois foi descoberto que Bruna tinha uma medida protetiva contra ele. A Polícia Civil está investigando os movimentos de ambos antes do crime acontecer.

As câmeras de segurança registraram a dentista dirigindo até um bar na noite anterior ao assassinato. Ela saiu do estabelecimento sozinha às 22h34 e chegou em casa 13 minutos depois.

As câmeras de segurança também mostraram que um carro Honda Civic, registrado em nome da mãe de João Vittor, passou pelo bar quando Bruna ainda estava lá. Um garçom do estabelecimento confirmou, em seu depoimento, que viu o cantor dentro do veículo.

Já as imagens coletadas no condomínio onde a dentista morava mostram uma “névoa de fumaça” à 0h28. Para os investigadores, a gravação corresponde ao momento em que o quarto de Bruna está pegando fogo.

Tem uma arma no capô

Em depoimento, João Vittor declarou que passou aquela noite na casa da avó, localizada a cerca de quatro quilômetros do local do crime, aonde teria chegado por volta das 20h30.

Os policiais descobriram que o carro do suspeito não estava estacionado na rua na hora em que ele afirmou. A investigação revelou que as imagens mostram o cantor chegando à casa da avó somente às 0h58, depois do assassinato, e saindo novamente às 1h24, dirigindo um Fiat Doblô.

Uma câmera de segurança capturou imagens em que um cantor esconde objetos relacionados a um crime no capô do carro. A imagem foi reproduzida pela Polícia Civil.

Na manhã em que o corpo da dentista foi encontrado queimado, um flagra foi feito.

Segundo o relatório, João Vitor passou 25 minutos na casa da sua avó, provavelmente para tomar banho, trocar de roupa e sair novamente.

Em seguida, o cantor foi até a casa do seu produtor, de acordo com o relatório policial. Às 8h46, João Vittor é flagrado por outra câmera de segurança, abrindo o capô do veículo (imagens acima).

Ele pega um objeto, possivelmente o celular da vítima, e o guarda no bolso. Depois, ele sai segurando algo coberto por um pano, que se parece muito com um revólver, de acordo com a investigação.

Na Justiça paulista, a defesa alega que não haveria “qualquer prova robusta” de que João Vittor teria matado e queimado o corpo da ex-namorada. Também diz que o suspeito teria álibi, já que “estava em contato com os amigos durante toda a noite” e, portanto, não poderia ter cometido o crime.

O Metrópoles tentou contato com o advogado que representa João Vittor, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.


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