Captações em renda variável despencam 80% e atingem mínimas históricas, aponta Anbima. Debêntures incentivadas se destacam com maior crescimento em 2023

Debêntures incentivadas se destacaram como a classe de ativo com maior crescimento nos primeiros nove meses deste ano.

20/10/2025 17:12

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Captações em renda variável despencam 80% e atingem mínimas históricas, aponta Anbima. Debêntures incentivadas se destacam com maior crescimento em 2023
(Imagem de reprodução da internet).

Renda Fixa em Alta com Selic a 15%

Com a taxa Selic fixada em 15%, a renda fixa continua dominando o mercado de capitais, enquanto a renda variável enfrenta dificuldades. Um destaque nesse cenário são as captações por meio de debêntures incentivadas, que cresceram 18,2% nos primeiros nove meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados da Associação Brasileira de Mercado de Capitais (Anbima).

Entre janeiro e setembro de 2024, o volume dessas emissões alcançou R$ 96,1 bilhões. Neste ano, o montante subiu para R$ 113,6 bilhões, estabelecendo um novo recorde. O total de ofertas na renda fixa também atingiu a marca histórica de R$ 487,3 bilhões nesse intervalo.

Desempenho da Renda Variável

A renda variável, por outro lado, captou apenas R$ 4,2 bilhões, uma queda significativa em relação aos R$ 21,8 bilhões registrados nos nove primeiros meses de 2024, representando uma redução de 81%.

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A participação das debêntures incentivadas no mercado aumentou de 30% para 36%, enquanto as debêntures corporativas caíram de 70% para 64%. No total, as debêntures tradicionais captaram R$ 317,6 bilhões até setembro, embora o número de operações tenha diminuído de 449 para 437.

Setores em Destaque

As distribuidoras ou transmissoras de energia lideram as captações de 2025 entre os segmentos, com R$ 41,4 bilhões. “Esse setor possui uma regulação madura e previsível, mas outros setores, como transporte e logística, também estão ganhando destaque”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima. O setor de transporte ficou em segundo lugar, com R$ 39,6 bilhões.

Maranhão observa que é desafiador afirmar que a Medida Provisória 1.303/2025, que visava eliminar a isenção das debêntures incentivadas, causou um movimento de antecipação de compras, mas “parece ter tido algum impacto” sazonalmente.

Tendências Futuras

Segundo ele, a expectativa é que, nos próximos anos, o setor continue a crescer, tanto nas emissões quanto nos fundos dedicados a essas compras. Os fundos de investimento foram responsáveis por 45,8% do volume subscrito em 2025, enquanto pessoas físicas representaram apenas 3,3% e investidores estrangeiros 1,3%.

César Mindof, diretor da Anbima, acrescenta que a antecipação pode ter ocorrido devido à incerteza em relação à tributação. No entanto, com o pipeline de investimentos em infraestrutura, é possível manter um crescimento significativo.

Mercado Secundário e Renda Variável

O volume negociado das debêntures incentivadas no mercado secundário cresceu 23,9%, passando de R$ 205,1 bilhões em 2024 para R$ 254 bilhões em 2025. Considerando as debêntures corporativas, o volume total no mercado secundário aumentou 22,7%, de R$ 531,1 bilhões entre janeiro e setembro de 2024 para R$ 651,4 bilhões no mesmo período deste ano.

O resultado é que o valor negociado no mercado secundário supera em mais de duas vezes o volume de ofertas em 2025, com um crescimento de 205%. “Sai no primário, fica nos balanços dos bancos, mas acaba trocando de mão no secundário”, comenta Maranhão.

Desafios da Renda Variável

Enquanto as debêntures incentivadas apresentam crescimento, a renda variável enfrenta suas mínimas históricas, com apenas seis operações de follow-on totalizando R$ 4,2 bilhões em 2025. Nos últimos cinco anos, o segmento registrou os seguintes valores em follow-ons: R$ 52,9 bilhões (2019), R$ 55,4 bilhões (2020), R$ 60,2 bilhões (2021), R$ 54,3 bilhões (2022), R$ 29,3 bilhões (2023) e R$ 21,8 bilhões (2024).

Maranhão conclui que a frustração não se limita apenas à falta de IPOs devido às condições macroeconômicas, mas também à questão dos follow-ons. Embora tenha havido grandes follow-ons em 2023 e 2024, a expectativa para 2025 não parece promissora.

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