Cardeal busca participar do conclave, apesar de ter sido condenado por corrupção
23/04/2025 às 15h09

O cardeal Giovanni Angelo Becciu, apesar de ter sido condenado por corrupção em 2023 e excluído da lista de eleitores, afirmou que participará do conclave.
Segundo Becciu, ele continua tendo o direito de participar da cerimônia de escolha do novo papa.
O papa reconheceu que meus privilégios de cardeal permaneceram válidos, visto que não houve uma intenção clara de me retirar do conclave nem um pedido formal de renúncia por escrito.
Becciu ocupava a função de chefe de gabinete do papa – uma posição de alto prestígio e influência no Vaticano – quando foi acusado de desviar aproximadamente US$ 200 milhões da Santa Sé e empregar recursos da Secretaria de Estado do Vaticano em investimentos de alto risco e na aquisição de um imóvel de luxo em Londres. De acordo com a BBC, uma parcela do valor deveria ter sido destinada a projetos de caridade.
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O bispo alocaria recursos financeiros para a diocese de sua cidade natal e favoreceria membros de sua família.
Em 2020, após investigação, Becciu renunciou aos direitos associados ao cardinalato, renúncia aceita pelo Papa Francisco na época.
Após dois anos, o cardeal foi convocado por Francisco para integrar o consistório sobre reformas no Vaticano – reunião de cardeais conduzida pelo papa – com a alegação de que os “direitos do cardinalato não se referem à participação na vida da Igreja”.
Contudo, apenas um ano após a condenação a cinco anos e seis meses de prisão pelo envolvimento no esquema de corrupção, o cardeal Becciu teve que pagar uma multa de 8 mil euros e ficou permanentemente impedido de exercer funções públicas no Vaticano, apesar de suas negações.
O cardeal, que já foi uma figura de destaque no Vaticano e até mesmo cotado para assumir o papado, manifestou suas opiniões sobre o relacionamento com Francisco.
Sentiu-se também com grande dor ao perceber a mudança repentina da opinião do papa sobre si, de forma tão radical. Afirmou em entrevista.
Becciu continua listado como membro do Colégio de Cardeais, grupo de 252 religiosos de diversas partes do mundo que auxiliam na organização do conclave e na tomada de decisões pela Igreja até a eleição de um novo papa.
Apesar disso, não se encontra entre os 135 cardeis com direito a voto no Conclave. Para Becciu, a lista não possui validade legal e deveria ser ignorada.
Fonte: Metrópoles