Retorno de Diplomatas de Carreira Irritando a Casa Branca
O presidente determinou o retorno imediato de dezenas de diplomatas de carreira que atuavam em missões ao redor do mundo, gerando um novo embate com a burocracia de Washington. Mais de duas dúzias de diplomatas seniores receberam ordens diretas para deixar seus postos, com um prazo curto e objetivo: desocupar seus cargos até o dia 15 ou 16 de janeiro.
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A situação ganhou contornos de crise interna devido à forma como a ordem foi comunicada. A American Foreign Service Association (AFSA), sindicato que representa os diplomatas de carreira, classificou o procedimento como “altamente irregular”, argumentando que muitos foram avisados por telefone, sem explicações formais ou memorandos.
Essa comunicação direta gerou preocupação e questionamentos sobre a transparência do processo.
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A medida impacta funcionários de carreira, que permanecem no sistema independentemente de eleições ou mudanças de governo. Essa é a mesma camada de diplomatas que, na visão de Donald Trump, representa o chamado “deep state”, um grupo que, segundo ele, dificulta a implementação das políticas de seus governos.
Os diplomatas afetados atuam em diversas regiões, incluindo a África, Europa, Ásia, Oriente Médio e o Hemisfério Ocidental.
O Departamento de Estado não divulgou nomes, cargos ou números precisos, limitando-se a confirmar o processo. Um funcionário sênior do departamento afirmou à rede ABC que o recall pode ser visto como um procedimento padrão em qualquer administração, enfatizando que embaixadores e chefes de missão atuam como representantes pessoais do presidente e devem defender a agenda do governo – neste caso, a política de “America First“.
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A reação do sindicato expõe o desconforto de uma estrutura historicamente protegida pela estabilidade e por normas rígidas. A Casa Branca, por sua vez, sinaliza que não considera a diplomacia um espaço neutro, mas sim parte do jogo político. O recall, portanto, vai além de uma simples decisão administrativa, funcionando como um ato simbólico e político, desmontando cadeias de comando consolidadas e deixando claro que o alinhamento com o presidente não é uma opção.
Para alguns críticos, a medida gera ruído internacional e ameaça a continuidade da política externa. Para aliados de Donald Trump, trata-se de um “reset” necessário, feito antes que resistências internas se reorganizem.
