O programa para a celebração do Dia Municipal da Comunicação Popular, em 24 de julho, está especial. A data marca o aniversário de morte de Vito Gianotti, e nesta edição completam-se 10 anos de sua partida aos 72 anos. O evento, coordenado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), fundado por ele e Cláudia Santiago, acontece no centro do Rio.

Os visitantes que estiverem presentes nesta quinta-feira (24), a partir das 10h, em frente ao Theatro Municipal encontrarão diversos livros sobre o tema e jornais comunitários produzidos em várias regiões da cidade, como o Voz das Comunidades, Fala Manguinhos, Fala Roça, Cidadão da Maré, Redes da Maré e o Jornal Abaixo Assinado de Jacarepaguá.

Além disso, haverá duas exposições. Uma delas é “Nossas vidas importam”, com fotografias que denunciam o racismo produzidas pelo coletivo Amendoeira. A outra é “Povo maravilha: nova luta é pra valer!”, que mostra, sob olhar de comunicadores populares, a mais recente ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no centro do Rio de Janeiro. A primeira já estava em exposição no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) e a segunda está no Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

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O podcast Conexão RP, fruto do curso do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) com o coletivo Conexões Periféricas de Rio das Pedras, será lançado em formato digital. A iniciativa, que recebeu apoio no “Plano 146x Favela”, em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) durante a pandemia, que se expandiu para a criação de um Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, terá como tema uma roda de conversa a partir das 16h, detalhando a construção desse plano em Rio das Pedras e a relevância da comunicação popular na área da saúde.

O termo legado se refere ao conjunto de bens, direitos e obrigações que uma pessoa deixa para seus herdeiros, seja por meio de testamento ou por sucessão natural.

Jornalista, escritor e metalúrgico Gianotti participou do movimento de Oposição Metalúrgica na década de 1970 em São Paulo. Com ampla atuação na comunicação popular, foi responsável pela criação do Brasil de Fato, publicou vários livros e formou centenas de comunicadores populares por meio do NPC.

O principal ponto dele é que se deve utilizar a linguagem que a maioria das pessoas compreende. Há a tendência de empregar linguagens mais restritas, como as utilizadas em sindicatos, em organizações não governamentais, no meio acadêmico, por advogados e economistas. Vito insistia que é preciso usar a linguagem do povo, lembra a coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Cláudia Santiago.

Serão realizadas homenagens para celebrar uma década de ausência, com discursos que resgatam seu legado e narram sua trajetória de luta. Entre os participantes, estão Sebastião Lopes Neto, colega da Oposição Metalúrgica e atual diretor do Instituto Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP), em memória da luta da classe trabalhadora. Outros confirmados são Agamenon Oliveira, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge) e Virgínia Fontes, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Fonte por: Brasil de Fato