Celso Amorim à Jovem Pan: “As tarifas são a ponta do iceberg” e “o Brasil tem que se defender”
Revogação de vistos de familiares de Padilha é parte da escalada de Trump para assessor especial de Lula.

O assessor especial para assuntos internacionais do presidente Lula, e ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, considera que as tarifas impostas a produtos brasileiros representam apenas a “pontinha do iceberg” de uma série de ataques que o presidente americano Donald Trump tende a realizar contra o Brasil e outros países da América Latina. Segundo ele, o Brasil necessita se preparar e se defender, diversificando parceiros políticos, comerciais e sem aceitar provocações.
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Amorim ainda defende que o governo de Donald Trump busca inaugurar uma “nova divisão do mundo”, mantendo a América Latina e do Sul sob o controle dos Estados Unidos. “As tarifas são a ponta do iceberg. Cada dia eles apontam a mira para um lado e atiram. É uma coisa inaceitável. Há uma ação contra a América Latina, contra a América do Sul. É uma ideia de uma nova divisão do mundo. Eles estão procurando um novo Tordesilhas, e a América Latina tem que ficar para eles.”
Celso Amorim declarou à Jovem Pan que a revogação de vistos americanos para familiares do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é um “completo absurdo” e faz parte de uma escalada de Trump. “Talvez eles estejam vendo que isso (as tarifas) não machuca o suficiente e estão fazendo outras coisas, contra o ministro Moraes (Alexandre), e agora contra o ministro Padilha, que é um membro importante do atual governo. É muito grave. É um completo absurdo. O Padilha tem a nossa solidariedade, o Mais Médicos foi muito importante para o país.”
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O ex-ministro ainda defendeu que a melhor resposta do Brasil aos ataques é se defendendo e que isso deve acontecer com a diversificação de mercados e parceiros políticos. “O Brasil tem que se preparar e se defender. Obviamente, não vamos ficar tirando visto de ninguém. A melhor defesa é continuarmos diversificando o mercado. Temos que agir com sabedoria, tranquilidade, sem aceitar provocações”, afirmou.
Ademais da colaboração com os BRICS, Celso Amorim ressaltou que a proteção impulsionou os avanços nas negociações com a União Europeia, Canadá, Singapura e outros países da América Latina, como o Equador, que se reunirá com o presidente Lula nesta segunda-feira.
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Fonte por: Jovem Pan